Crónicas do Grande Despertar | Crónicas del Gran Despertar

30/12/2023

A "moderação" contra o populismo | La "moderación" contra el populismo


«O problema é que os malvados, as classes dominantes, conseguiram tornar seus aliados as elites intelectuais e os meios de informação, criadores de opinião e de manipulação de massas, para assumir a tarefa de enganar e vigarizar a maioria dos cidadãos, para que se submetam aos seus governos e consintam em ser doutrinados, até adquirir "falsas consciências", como diria um marxista.
E isto passa-se porque, desde os inícios do séc. XX, os políticos progressistas e liberais, e os seus compinchas empresariais e financeiros, persuadiram um número cada vez maior de intelectuais a desculpar e legitimar os diversos governos, a troco de subsídios ou de acesso a empregos mais ou menos lucrativos, dependentes das agências governamentais e entidades reguladoras, do estado de bem-estar social, da enorme burocracia utilizada por mafiosos e corruptos como bolsas de emprego, para os favorecer e comprar. A tarefa de moldar a opinião pública foi encomendada a uma classe privilegiada e apaparicada de intelectuais, académicos, cientistas sociais, tecnocratas, cientistas políticos, trabalhadores sociais, jornalistas, trovadores, bobos, comentadores... [...]

É preciso não esquecer que o grande temor das elites governamentais é um populismo reaccionário, de gente decente. Preferem uma discussão supostamente cordial, comedida, solene e sem acritude. Os políticos progressistas temem especialmente, e advertem contra a chamada política do ressentimento, precisamente porque o ressentimento estaria dirigido contra si, por parte daqueles a quem saqueiam e parasitam. A única alternativa é voltar à política ferozmente ideológica e altamente partidista de tempos pretéritos, com uma componente clara e rotunda de amargo ressentimento pessoal contra os progressistas e social-democratas diversos.
A estratégia dos reaccionários decentes deve apontar as mentiras, a corrupção e os escândalos de membros concretos do consenso social-democrata e, especialmente, os membros do "centrão" no poder.

O principal objectivo é conseguir que os reaccionários decentes compreendam uma ideia simples, assimilada há muito tempo pela esquerda: a política é a guerra. Como dizia Carl Schmitt, "o adversário tenta negar o estilo de vida do seu oponente e, portanto, deve ser rejeitado ou combatido para preservar o próprio". Está em jogo a nossa forma de vida, a nossa civilização, a nossa existência. Além do que foi referido, a política implica aquilo que Schmitt designa por "inimizade", ou a distinção entre "amigo e inimigo", conceitos "que devem entender-se no seu sentido concreto e existencial, não como metáforas ou símbolos". Então, citando de novo Schmitt: "A guerra nasce da inimizade. A guerra é a negação existencial do inimigo". Trata-se, sem dúvida alguma, de uma guerra no sentido existencial. As elites governamentais, em virtude do seu controlo do aparelho de Estado, não só ameaçam com violência física, e até com a morte (morte física ou morte civil) contra os governados que não se submetam às suas normas e imposições, como também praticam a violência e o assassinato contra os dissidentes e insubmissos.»

* * * * *
«El problema es que los malos, las clases dominantes, han conseguido que las élites intelectuales y los medios de información, creadores de opinión y manipulación de masas sean sus aliados, para que asuman la tarea de engatusar, embaucar a la mayoría de los ciudadanos para que se sometan a sus gobiernos y consientan que los adoctrinen hasta adquirir “falsas conciencias”, como diría un marxista.
Y esto ocurre porque, desde principios del siglo XX, los políticos progresistas y liberales y sus compinches empresariales y financieros han inducido a un número cada vez mayor de intelectuales a disculpar y legitimar a los diversos gobiernos a cambio de subsidios o de acceso a empleos más o menos lucrativos, dependientes de las agencias gubernamentales y oficinas reguladoras, del estado del bienestar, la enorme burocracia utilizada por los mafiosos y corruptos como bolsas de empleo para premiarlos. La tarea de moldear la opinión pública ha sido encomendada a una clase privilegiada y mimada de intelectuales, académicos, científicos sociales, tecnócratas, científicos políticos, trabajadores sociales, periodistas, trovadores, bufones, tertulianos… [...]

No se olvide que lo que las élites gobernantes temen es un populismo reaccionario, de gente decente. Prefieren una discusión supuestamente cordial, con comedimiento, solemne y sin acritud. Los políticos progresistas temen especialmente y advierten contra la llamada política del resentimiento, precisamente porque el resentimiento estaría dirigido hacia ellos por parte de aquellos a quienes saquean y de los que parasitan. La única alternativa es regresar a la política ferozmente ideológica y altamente partidista de tiempos pretéritos con un componente claro y rotundo de amargo resentimiento personal hacia los progresistas y socialdemócratas diversos.
La estrategia de los decentes-reaccionarios debe apuntar hacia las mentiras, la corrupción y los escándalos de miembros concretos de los miembros del consenso socialdemócrata y especialmente de los miembros de la coalición gobernante.

El principal objetivo debe ser conseguir que los decentes y reaccionarios comprendan una idea simple, asimilada hace mucho tiempo por la izquierda, de que la política es la guerra.
Como decía Carl Schmitt, “el adversario intenta negar el estilo de vida de su oponente y, por lo tanto, debe ser rechazado o combatido para preservar el propio”. Está en juego nuestra forma de vida, nuestra civilización, nuestra existencia. Además de lo anterior, la política implica lo que Schmitt llama “enemistad” o la distinción entre “amigo y enemigo”, conceptos “que deben entenderse en su sentido concreto y existencial, no como metáforas o símbolos”. Pues, citando de nuevo a Schmitt: “La guerra se sigue de la enemistad. La guerra es la negación existencial del enemigo". Sin duda alguna, se trata de una guerra en el sentido existencial. Las élites gobernantes, en virtud de su control del aparato del Estado, no solo amenazan con violencia física e incluso la muerte (muerte física o muerte civil) contra los gobernados por no someterse a sus impuestos y normas, sino que también practican la violencia y el asesinato contra los disidentes o insumisos entre los gobernados. [artigo original]

28/12/2023

O satanismo da civilização ocidental (e 2) | El satanismo de la civilización occidental (y 2)


«Quem é Satanás, Lúcifer o Estrangeiro? É um anjo, ou seja, a mente eterna celestial. É a primeira e suprema criação de Deus, que se revoltou contra Deus. Esta é a origem de toda a rejeição a Deus, do materialismo, do ateísmo, de toda a noção que, sem Deus, é possível construir um mundo melhor. Vemos esse princípio no humanismo, no desenvolvimento da ciência moderna e na doutrina social do progresso. Satanás não é apenas destruição e entropia, mas uma vontade consciente de destruir. É a rebelião, a destruição da unidade em nome do triunfo da multiplicidade. Não é apenas um debilitamento da ordem divina, mas a vontade de a quebrar. Quando o corpo se debilita, é uma coisa; mas, quando existe uma força, como o cancro ou outra doença, que leva o corpo à decadência, é outra coisa muito diferente. Satanás é a mente, a vontade de decompor-se; não apenas a decomposição em si, que é já uma consequência. Em certo sentido é uma crença, uma religião, uma anti-igreja. É a "igreja negra" que se encarna na cultura ocidental moderna, na ciência, na educação, na política. Vemos aqui não apenas a decadência, a falta de vontade para construir a ordem, a hierarquia, para elevar os princípios da ciência, da mente, do pensamento, da cultura à mais alta unidade, como na civilização tradicional, ao princípio hierárquico — porque a hierarquia terrena imita a ordem angélica. Além desta rejeição em fazer o bem, existe também a vontade de fazer algo directamente oposto, de fazer o mal. Quando observamos os ucranianos, Biden, Soros, Macron, vemos uma vontade activa e agressiva de destruir. O satanismo pressupõe necessariamente uma estratégia consciente e um impulso voluntário que gera um movimento enérgico das massas humanas. As massas podem destruir a cultura tradicional pela sua estupidez, passividade, inércia — esta é a propriedade da massa como tal, mas alguém impele esta massa numa direcção destrutiva, alguém a dirige, alguém a orienta. É aqui onde aparece o princípio do sujeito oposto a Deus (assim como ao homem no seu significado mais elevado). Está em todas as religiões: trata-se desta vontade consciente, do sujeito, de construir uma civilização anti-Deus, invertida. Não só para destruir o existente, mas também para criar algo repugnante, pervertido, tal como as mulheres barbudas LGBT do Ocidente.» 

* * * * *
«¿Quién es Satanás, Lucifer el Extranjero? Es un ángel, es decir, la mente eterna celestial. Es la primera y suprema creación de Dios que se rebeló contra Dios. Este es el origen de todo el rechazo a Dios, del materialismo, del ateísmo, de toda noción de que la gente sin Dios puede construir un mundo mejor. Vemos este principio en el humanismo, en el desarrollo de la ciencia moderna y en la doctrina social del progreso. Satán no es sólo destrucción o entropía, sino una voluntad consciente de destruir. Es la rebelión, la destrucción de la unidad en nombre del triunfo de la multiplicidad. No es sólo un debilitamiento del orden divino, sino la voluntad de romperlo. Cuando el cuerpo se debilita es una cosa, pero cuando hay una fuerza, como el cáncer u otra enfermedad natural, que mueve al cuerpo a la decadencia, es otra muy distinta. Satán es la mente, la voluntad de descomponerse, no sólo la descomposición en sí, que ya es una consecuencia. En cierto sentido es una creencia, una religión, una anti-iglesia. Es la "iglesia negra" que se encarna en la cultura occidental moderna, la ciencia, la educación, la política. Vemos aquí no sólo decadencia, falta de voluntad para construir el orden, la jerarquía, para elevar los principios de la ciencia, la mente, el pensamiento, la cultura a la más alta unidad, como en la civilización tradicional, al principio jerárquico — porque la jerarquía terrenal imita el rango angélico. Además de este rechazo a hacer el bien, existe también la voluntad de hacer algo directamente opuesto, de hacer el mal. Cuando miramos a los ucranianos, a Biden, a Soros, a Macron, vemos una voluntad activa y agresiva de destruir. El satanismo presupone necesariamente una estrategia consciente y un impulso voluntario que genera un movimiento enérgico de las masas humanas. Las masas pueden destruir la cultura tradicional por su estupidez, pasividad, inercia —esta es la propiedad de la masa como tal, pero alguien impulsa a esta masa en una dirección destructiva, alguien la dirige, la orienta. Aquí es donde aparece el principio del sujeto opuesto a Dios (así como al hombre en su significado más elevado). Está en todas las religiones: se trata de esta voluntad consciente del sujeto de construir una civilización anti-Dios, invertida. No sólo para destruir lo existente, sino para crear algo repugnante, pervertido, como las mujeres LGBT barbudas de Occidente.»[artigo completo]

26/12/2023

O satanismo da civilização ocidental (1) | El satanismo de la civilización occidental (1)


«O satanismo é a sobreposição da matéria ao espírito, o relativismo pós-moderno, ou seja, a relativização de todos os valores, incluindo os valores do ser humano e do espírito. E este é o caminho que o Ocidente tomou, não ontem, mas há cerca de 500 anos, com o início da Nova Era. 

Quem é Satanás? Satanás não existe quando não existe Deus, nem fé, nem religião. Este termo tende ao vazio, se para nós os termos "Deus", "fé", "eternidade", "imortalidade", "ressurreição dos mortos", "juízo final", "salvação da alma"... são igualmente vazios. Se seguimos a ideia científica ocidental e moderna do mundo, então, por certo, é ridículo falar de satanismo, porque nela não existe Deus, nem diabo, nem fé, nem alma imortal, nem vida após a morte; há apenas um rodopio de unidades biológicas, átomos que se unem, se separam e logo desaparecem no abismo negro do espaço morto. Há aproximadamente 500 anos que se estabeleceu no Ocidente uma ideia semelhante do mundo, que se costuma designar por "conceito científico do mundo". Foi acompanhada por uma gradual e completa descristianização da cultura ocidental. Assim, Satanás como fenómeno, desapareceu do "conceito científico do mundo", tal como Deus. Quando afirmámos seriamente que a civilização ocidental é satânica, chamámos a atenção para o facto de que se tratava de uma conclusão precipitada, incorrecta, prematura e, de facto, profundamente errónea. Erróneo foi o afastamento da Tradição, do espírito, de Deus, da religião — e assim começou a Idade Moderna europeia ocidental. Percebemo-lo acriticamente já desde o início do séc. XVIII, quando nos deixámos levar pelo iluminismo europeu. Mas, até 1917, de algum modo mantivemos ainda o carácter religioso da nossa sociedade. Depois precipitámo-nos no abismo materialista e, após o colapso da URSS, descemos ainda mais profundamente neste abismo — num materialismo liberal capitalista desenfreado e ainda mais descarado. E, por fim, encontrámo-nos na periferia da civilização satânica ocidental, como sua província. [...]

Se existe Deus, se existe a fé e a Igreja, a Tradição e os valores tradicionais, significa então que existe também a antítese de Deus, existe o que se revoltou contra Deus. E, assim, a história do Ocidente, a história do chamado progresso, a época da modernidade dos últimos 500 anos, abre-se sob uma luz completamente nova. Sucede que o Ocidente rejeitou Deus, disse: não existe Deus nem diabo; e o diabo, ao fim de algum tempo, objectou: não existe Deus, senão eu, porque sou o que vos disse que não há Deus.»

* * * * *
«El satanismo es la anteposición de la materia al espíritu, el relativismo posmoderno, es decir, la relatividad de todos los valores, incluidos los valores del ser humano y del espíritu. Y éste es el camino que tomó Occidente no ayer, sino hace unos 500 años, con el inicio de la Nueva Era.

¿Quién es Satán? No hay Satán cuando no hay Dios, ni fe, ni religión. Este término pende en el vacío, si para nosotros los términos "Dios", "fe", "eternidad", "inmortalidad", "Resurrección de los muertos", "Juicio final", "salvación del alma"... son igual de vacíos. Si seguimos la imagen científica occidental moderna del mundo, entonces, por supuesto, es ridículo hablar de satanismo, porque en él no hay Dios, ni diablo, ni fe, ni alma inmortal, ni vida postmortal, sino que sólo hay un revoloteo de unidades biológicas, átomos, que se pegan, se separan y luego desaparecen en el abismo del negro espacio muerto. Hace aproximadamente 500 años se estableció en Occidente una imagen del mundo semejante, que suele denominarse "imagen científica del mundo". Fue acompañada de una gradual descristianización completa de la cultura occidental. Así, Satanás como fenómeno desapareció de la "imagen científica del mundo" junto con Dios. Cuando decimos seriamente que la civilización occidental es satánica, llamamos la atención sobre el hecho de que se trataba de una conclusión precipitada, incorrecta, prematura y, de hecho, profundamente errónea. Lo erróneo fue el alejamiento de la Tradición, del espíritu, de Dios, de la religión, que es donde comenzó la Edad Moderna europea occidental. Lo percibimos acríticamente ya desde el siglo XVIII, cuando nos dejamos llevar por la Ilustración europea. Pero hasta 1917 aún mantuvimos de algún modo el carácter religioso de nuestra sociedad. Después nos precipitamos en el abismo materialista, y tras el colapso de la URSS descendimos aún más profundamente en este abismo - en un materialismo liberal capitalista desenfrenado aún más descarado. Y al final nos encontramos en la periferia de la civilización satánica occidental, como su provincia. [...]

Si existe Dios, si existe la fe y la Iglesia, la Tradición y los valores tradicionales, entonces significa que también existe la antítesis de Dios, existe el que se ha rebelado contra Dios. Y entonces la historia de Occidente, la historia del llamado progreso, la época de la modernidad de los últimos 500 años se abre bajo una luz completamente nueva. Resulta que Occidente rechazó a Dios, dijo: no hay ni Dios ni diablo, y el diablo, como al cabo de un tiempo, objetó: no hay Dios, sino que soy yo, porque soy el que os ha dicho que no hay Dios.»

20/12/2023

A contra-revolução cultural | La contrarrevolución cultural

«A pós-modernidade é formidável. Damos umas risadas à sua custa, mas ela sempre se ri melhor, porque ri por última. Alguns de nós pensam que as sociedades popperianas e baumanianas já passaram do estado líquido ao gasoso; criam monstros. Instituições centenárias, de enorme força simbólica, esvaziam-se de conteúdo, mutam-se ou disfarçam-se, segundo os desígnios de múltiplos think tanks, políticos, lobbies, seitas, clubes, minorias e filantropos empenhados em criar a perfeita sociedade distópica. [...] 

Há uma procura da fealdade e é política. Não é inócua, não é casual. Nem sequer produz um dano visível. Actua sobre a alma como o gotejar da tortura chinesa, mina o espírito, lenta e imperceptivelmente. A fealdade embrutece, do mesmo modo que a rã morre em água aquecida até ferver: gradualmente, adaptando-se ao meio e sem ter consciência do perigo.

A usurpação do belo altera a necessidade de aspiração e elevação, à qual somos chamados. Quando te falam de «visibilizar realidades» e de acabar com o «normativo», é aí, aí onde te roubam a tua capacidade de esforço, de superação, de reacção. Estão a tornar-te inoperante e indefeso. Estão a desactivar o teu sentido de detecção da demolição de uma sociedade e o consequente declínio de uma civilização. 

A beleza requer esforço, agita, impressiona. A beleza incita. [...] A fealdade apaga a sua explosão, o incêndio do sagrado, deixando o homem só, temeroso ante a grandeza, cobarde ante a sua liberdade. 

Javier Ruiz Portella explica, no seu livro O Abismo Democrático (2020), que esse esvaziamento é preenchido com a sinalização da virtude e os igualitarismos. Perdidas as tradições e os mitos, a exuberância e a liturgia, o heroísmo e a sacralidade da natureza, os santos e o mistério, acabamos cobertos de farrapos, presunçosos e repletos de objectos, aparelhómetros e diversões. Incapazes de reconhecer um destino, um enraizamento, um inimigo ou uma pátria.
[...]
No momento de luta espiritual em que habitamos, nestes tempos em que o Mal se passeia como em casa, nos quais a ofensiva a tudo o que é inato ao ser humano encontra uma oportunidade na vulgaridade, pensemos na beleza como um dever. 

Não se atraiçoa o belo sem que o verdadeiro fique incólume. Por isso, a contra-revolução cultural, entre outras coisas, será estética ou não será.»

* * * * *

«La posmodernidad es formidable. Nos echamos unas risas a su costa, pero ella siempre ríe mejor porque ríe la última. Algunos pensamos que las sociedades popperianas y baumanianas, que ya han pasado del estado líquido al gaseoso, engendran monstruos. Instituciones centenarias de enorme fuerza simbólica se vacían de contenido, mutan o se disfrazan, según los designios de múltiples think thanks, políticos, lobbies, sectas, clubes, minorías y filántropos metidos a crear la perfecta sociedad distópica. [...] 

La fealdad es buscada y es política. No es inocua, no es casual. Ni siquiera produce un daño visible. Actúa como una gota china sobre el alma, socava el espíritu lenta e imperceptiblemente. La fealdad embrutece del mismo modo que muere la rana hervida: gradualmente, adaptándose al medio y sin ser consciente del peligro. 

La usurpación de lo bello altera la necesidad de aspiración y elevación a la que estamos llamados. Donde te hablen de «visibilizar realidades» y de acabar con lo «normativo», ahí, ahí te están robando tu capacidad de esfuerzo, de superación, de reacción. Te están dejando inoperante e inerme. Están desactivando tu sentido de detección de la demolición de una sociedad y el consecuente declive de una civilización. 

La belleza cuesta esfuerzo, zarandea, sobrecoge. La belleza predica. [...] La fealdad apaga su estallido, el incendio de lo sagrado, dejando al hombre solo, temeroso ante la grandeza, cobarde ante su libertad. 

Explica Javier Ruiz Portella en El abismo democrático (Ediciones Insólitas, 2020) que ese vaciamiento es colmado con buenismos e igualitarismos. Perdidas las tradiciones y los mitos, la exuberancia y la liturgia, el heroísmo y la sacralidad de la naturaleza, los santos y el misterio, quedamos cubiertos de harapos, engreídos y atiborrados de objetos, artilugios y diversiones. Incapaces de reconocer un destino, un arraigo, un enemigo o una patria. [...] 

En el momento de lucha espiritual que habitamos, en estos tiempos en los que el Mal se pasea como en casa, en los que la ofensiva a todo lo que le es ínsito al ser humano encuentra un resquicio en lo vulgar, pensemos en la belleza como un deber. 

No se traiciona lo bello sin que lo verdadero quede indemne. Por eso, la contrarrevolución cultural, entre otras cosas, será estética o no será.» [artigo original]

18/12/2023

Um extermínio democrático | Un exterminio democrático

«A vastidão das zonas bombardeadas, a magnitude da destruição e a enorme quantidade de vítimas dos bombardeamentos indicam claramente que o objectivo não são os combatentes da resistência palestiniana, mas toda a população de Gaza. Israel não procura aniquilar umas centenas, ou talvez milhares, de combatentes, mas exterminar toda uma população de 2,3 milhões de seres humanos.
A destruição sistemática de todos os edifícios residenciais e das infra-estruturas civis, tem como finalidade impedir qualquer regresso às zonas evacuadas.
O plano de Israel não é eliminar os combatentes da resistência palestiniana (por cada um que morra surgirá pelo menos outro), mas expulsar do território todos os que não sejam mortos, para depois ocupá-lo militarmente e proceder então à colonização pela população israelita. [...]

Por isso, o objectivo de Israel é exterminar os palestinianos, como povo, como entidade étnica, como realidade política, histórica e cultural. Morto o cão acaba-se a raiva. Essa é a sua filosofia e esse é o seu projecto. E é assim que procedem.
Estamos a assistir a um genocídio em directo e em tempo real. Já vivemos o suficiente para ver como se aprovava e levava a cabo um genocídio à vista do mundo inteiro, com o beneplácito dos poderosos da Terra. 80 anos de propaganda contra o genocídio, 80 anos de "Nunca mais!" deram nisto. [...]

A passividade e inclusive a conivência das nações ocidentais com o monstruoso crime em curso, augura o início de uma nova era. O que se leva a cabo em Gaza não é mais do que a antecipação do que está por chegar. Não é certamente a primeira vez que este tipo de mortandade maciça tem lugar, em nome dos grandes valores e dos elevados princípios. Mas, até agora, actuava-se com certos escrúpulos fingidos, com dissimulação... Hoje reivindica-se orgulhosamente a bondade e a necessidade de um genocídio porque "Israel vale a pena", porque o Império e os seus assim o querem, porque assim manda o imperativo da luta inevitável entre os "seres da luz" e os "seres das trevas". Deu-se um salto qualitativo. Já não se condenam as atrocidades, ainda que de maneira hipócrita, invocando um bem superior, desculpando-se na inevitabilidade de umas "vítimas colaterais", justificando a urgência da acção punitiva para salvar o essencial, ainda que fosse à custa do inferno imposto aos povos que, no fundo, têm algo pelo qual são culpados, por deixar-se governar por tiranos pouco inclinados às bondades do sistema ocidental.

Entrámos numa fase na qual, a partir de agora, se exterminará qualquer tipo de população ou grupo humano que os poderosos considerem inútil ou impeditiva da boa marcha dos seus planos satânicos. Em plena luz do dia, com a cumplicidade e aprovação do mundo "livre e democrático", ou seja, as suas elites autoproclamadas. E que ninguém tenha dúvidas: utilizar-se-ão as armas que se considerem apropriadas para cada caso (e há muitos casos diferentes). Não só, e nem sempre, serão bombas. Morre-se e mata-se de muitas maneiras.

Entrámos numa nova era: o tempo das limpezas étnicas humanitárias, dos extermínios democráticos, dos genocídios morais.»

* * * * *

«La amplitud de las zonas bombardeadas, la magnitud de la destrucción y la enorme cantidad de víctimas de los bombardeos indican claramente que el objetivo no son los combatientes de la resistencia palestina, sino toda la población de Gaza. Israel no busca aniquilar unos cuantos cientos o tal vez miles de combatientes, sino exterminar a una población de 2.3 millones de seres humanos.
La destrucción sistemática de todos los edificios de viviendas y las infraestructuras civiles tiene como finalidad impedir cualquier posibilidad de regreso a las zonas evacuadas.
El plan de Israel no es el de eliminar a los combatientes de la resistencia palestina (por uno que muera surgirá otro o más), sino expulsar del territorio a todos los que no mate para después ocuparlo militarmente y proceder a continuación a la colonización por población israelí. [...]
 

Por eso el objetivo de Israel es exterminar a los palestinos, como pueblo, como entidad étnica, como realidad política, histórica y cultural. Muerto el perro se acabó la rabia. Esa es su filosofía y ese es su proyecto. Y así están procediendo.
Estamos asistiendo a un genocidio en directo y en tiempo real. Hemos vivido lo suficiente como para ver como se aprobaba y llevaba a cabo un genocidio a la vista del mundo entero, con el beneplácito de los poderosos de la tierra. 80 años de propaganda contra el genocidio, de 80 años de “¡Nunca más!” han desembocado en esto. [...]
 

La pasividad e incluso la connivencia de las naciones occidentales con el monstruoso crimen en curso augura el advenimiento de una nueva era. Lo que se está llevando a cabo en Gaza no es más que un anticipo de lo que está por llegar. No es ciertamente la primera vez que este tipo de matanzas masivas tiene lugar, en nombre de los grandes valores y los elevados principios. Pero hasta ahora se actuaba con ciertos remilgos de cara a la galería, con ciertos escrúpulos fingidos, como sin querer queriendo… Hoy se reivindica orgullosamente la bondad y la necesidad de un genocidio porque “Israel lo vale”, porque el Imperio y sus miembros así lo quieren, porque así lo manda el imperativo de la lucha inevitable entre los “seres de la luz” y “los seres de las tinieblas”. Se ha dado un salto cualitativo. Ya no se condenan las atrocidades aunque sea de manera hipócrita invocando un bien superior, excusándose en la inevitabilidad de unas “víctimas colaterales”, justificando la urgencia de la acción punitiva para salvar lo esencial aunque fuera a costa del infierno impuesto a los pueblos que en el fondo algo tienen algo que reprocharse, por dejarse gobernar por tiranos poco inclinados a las bondades del sistema occidental.  

Hemos entrado en una fase en la que a partir de ahora se exterminará cualquier tipo de población o grupo humano que los poderosos consideren que sobran y que estorban la buena marcha de sus planes satánicos. A plena luz del día, con la complicidad y la aprobación del mundo “libre y democrático”, es decir de sus élites autoproclamadas. Y que nadie tenga dudas: se usarán las armas que se consideren apropiadas para cada caso (y hay distintos casos). No sólo ni siempre serán bombas. Se muere y se mata de muchas maneras.

 Entramos en una nueva era: el tiempo de las limpiezas étnicas humanitarias, de los exterminios democráticos, de los genocidios morales.» [artigo original]

16/12/2023

A Grande Substituição avança | Avanza la Gran Sustitución

Não é uma teoria da conspiração; é um plano deliberado de mudança demográfica. Entrevista de Irene Hernández Velasco a Stephen Smith, autor do livro The Scramble for Europe: Young Africa on its way to the Old Continent.

«— África, sobretudo a África sub-saariana, passa por um crescimento demográfico historicamente sem precedentes. Qual é o motivo?
— Na década de 1930, a população de África era de uns 150 milhões de habitantes, um número muito baixo num continente historicamente subpopulado e com um tamanho equivalente a mais de seis vezes a Europa. Graças à melhoria da higiene e dos cuidados médicos, a população de África aumentou até aos 1.300 milhões e alcançará os 2.400 milhões de habitantes no ano 2050. Como resultado da rápida rotação geracional — metade da população é substituída a cada 18 anos pelos recém-nascidos — hoje, quatro em cada dez africanos tem menos de 15 anos de idade. 

— Na actualidade há cerca de nove milhões de africanos na Europa. Segundo as suas previsões, poderiam ser entre 150 e 200 milhões em 2050. Não está a ser alarmista?
— Não, essa é a última das minhas intenções. Mas, para explorar as incertezas do futuro só se pode partir daquilo que se conhece, ou seja, os precedentes históricos. Um dos muitos precedentes históricos que analiso no meu livro, é o da imigração mexicana para os Estados Unidos entre 1975 e 2014: doze milhões de mexicanos entraram, com os seus filhos, nos Estados Unidos, crescendo até se converter numa comunidade mexicano-americana de 30 milhões, ou seja, um pouco abaixo de 10% da população dos EUA. Se a África alcançasse agora um nível de transferência comparável ao do México em 1975, então deveríamos esperar um fluxo em direcção à Europa que desembocaria nuns 150 milhões de afro-europeus nos próximos 30 anos. 

— A população europeia está a envelhecer. A chegada desses milhões de jovens africanos não poderá ajudar, por exemplo, a sustentar o sistema de pensões de reforma?
— Não acredito que os jovens africanos possam, nem devam, ser o «combustível das reformas» do Velho Continente. Em primeiro lugar não são apenas homines economici, mas pessoas reais em busca de prosperidade não só material. O seu bem-estar não se garante com um cheque. E, em segundo lugar, esses jovens africanos não podem corrigir o envelhecimento dos sistemas de segurança social da Europa, porque o índice de dependência — a proporção entre contribuintes e beneficiários — não melhorará devido à sua presença: por cada trabalhador africano que contribua para o sistema, haverá que contar também com os seus filhos (geralmente são famílias mais numerosas do que a média europeia) os quais terão legitimamente direito à educação e aos serviços de saúde públicos. Falar da imigração como uma «necessidade demográfica» é uma falsidade, uma falsidade estúpida: não se «substitui» um europeu por um africano, o qual, por sua vez, não se converte num europeu pelo mero facto de pôr o pé no continente europeu. A imigração deve ser concebida como uma oportunidade tanto para o imigrante como para quem o acolhe. 

— Assistimos em toda a Europa ao crescimento de movimentos nacionalistas e de extrema-direita que prometem converter o Velho Continente numa «fortaleza» inacessível aos imigrantes. Será isso possível?
— Efectivamente, a Europa já bloqueou três milhões de refugiados do Médio Oriente na Turquia, e, pelo menos, 600.000 imigrantes sub-saarianos na Líbia. Levantaram-se barreiras em muitos lugares e assinaram-se muitas «convenções de imigração» — acordos para pagar a retenção de imigrantes — com vários Estados africanos. Sim, podem reforçar-se as fronteiras, mas só até um certo limite. O limite é tanto ético como prático. A Europa não será capaz, nem do ponto de vista ético nem do ponto de vista prático, de conter um fluxo migratório sustentado vindo de África, ao nível do que está previsto ocorrer quando uma massa crítica de africanos escape da pobreza absoluta.»

* * * * *

No es una teoría de la conspiración; es un plan deliberado para el cambio demográfico. Entrevista de Irene Hernández Velasco a Stephen Smith, autor del libro La huida hacia Europa.

«— África, especialmente el África subsahariana, está experimentando un crecimiento demográfico históricamente sin precedentes. ¿A qué se debe?
— En la década de 1930, la población de África era de unos 150 millones de personas, una cifra muy baja en un continente históricamente subpoblado y con un tamaño equivalente a más de seis veces Europa. Gracias a la mejora de la higiene y la atención médica, la población de África ha aumentado a 1.300 millones y alcanzará los 2.400 millones de habitantes en el año 2050. Como resultado de la rápida rotación generacional —la mitad de la población es reemplazada cada 18 años por los recién nacidos— hoy cuatro de cada 10 africanos son menores de 15 años. 

 — En la actualidad hay alrededor de nueve millones de africanos en Europa. Según sus predicciones en 2050 podrían llegar a ser entre 150 y 200 millones. ¿No está siendo alarmista?
— No, eso es lo último que querría ser. Pero para explorar las incertidumbres del futuro sólo se puede partir de lo que se conoce, es decir, de los precedentes históricos. Uno de los muchos precedentes históricos que analizo en mi libro es el de la inmigración mexicana a Estados Unidos entre 1975 y 2014: doce millones de mexicanos entraron, junto con sus hijos, en Estados Unidos, creciendo hasta convertirse en una comunidad mexicano-americana de 30 millones, es decir, algo menos del 10% de la población de EE. UU. Si África alcanzara ahora un nivel de desarrollo comparable al de México en 1975, entonces deberíamos esperar un flujo hacia Europa que desembocaría en unos 150 millones de afro-europeos en los próximos 30 años. 

 — La población europea está envejeciendo. ¿Puede la llegada de esos millones de jóvenes africanos ayudar a sostener por ejemplo el sistema de pensiones de jubilación?
— No creo que los jóvenes africanos puedan, ni deban, ser «combustible de jubilación» del Viejo Continente. En primer lugar no sólo son homines economici, sino personas reales en busca de una prosperidad no sólo material. Su bienestar no se garantiza con un cheque. Y en segundo lugar, esos jóvenes africanos no pueden corregir el envejecimiento de los sistemas de seguridad social de Europa porque el índice de dependencia —la proporción entre contribuyentes y beneficiarios— no mejorará a causa de su presencia: por cada trabajador africano que contribuya al sistema habrá que contar también a sus hijos (generalmente son familias más numerosas que la media europea) y quienes tendrán legítimamente derecho a la educación y la sanidad públicas. Hablar de la inmigración como una «necesidad demográfica» es una falsedad, una estúpida falsedad: no se «reemplaza» a un europeo por un africano, quien, a su vez, no se convierte en europeo por el mero hecho de poner el pie en el continente europeo. La inmigración debe ser concebida como una oportunidad tanto para el migrante como para quien le acoge. 

— Asistimos en toda Europa al auge de movimientos nacionalistas y de extrema derecha que prometen convertir al Viejo Continente en una «fortaleza» infranqueable para los inmigrantes. ¿Es eso posible?
— Efectivamente, Europa ya ha bloqueado a tres millones de refugiados de Oriente Medio en Turquía, y al menos a 600.000 inmigrantes subsaharianos en Libia. Se han levantado verjas en muchos lugares y se han firmado muchas «convenciones de inmigración» —acuerdos para pagar por la retención de inmigrantes— con varios Estados africanos. Así que sí, se pueden reforzar las fronteras, pero sólo hasta un límite. El límite es tanto ético como práctico. Europa no será capaz, ni desde el punto de vista ético ni desde el punto de vista práctico, de contener un flujo migratorio sostenido desde África al nivel que está previsto que ocurra cuando una masa crítica de africanos escape de la pobreza absoluta.» [artigo original]

03/12/2023

O que era o fascismo? | ¿Qué fué el fascismo?


«Não existe um fascismo real sem uma ideia que mostre a todos as perspectivas de uma grande obra. E o verdadeiro fascismo consiste precisamente em associar toda a nação a esta obra, em mobilizá-la inteiramente para ela, em fazer de cada um dos que trabalham um pioneiro e um soldado desta tarefa, e dar-lhe assim o orgulho de ter lutado na sua fileira. O espírito do fascismo consiste sobretudo em impregnar cada um da grandeza da tarefa realizada por todos, e dar-lhe assim uma alegria interior, uma ocupação profunda, um objectivo final que iluminará e transformará a sua própria existência.»

* * * * *

«No hay fascismo real sin una idea que muestre a todos las perspectivas de una gran obra. Y el verdadero fascismo consiste precisamente en asociar a toda la nación a esta obra, en movilizarla enteramente para ella, en hacer de cada uno de los que trabajan un pionero y un soldado de esta tarea y darle así el orgullo de haber luchado en su fila. El espíritu del fascismo consiste sobre todo en impregnar a cada uno de la grandeza de la tarea realizada por todos y dar así a cada uno una alegría interior, una ocupación profunda, un objetivo vital que iluminará y transformará su propia existencia.»