Crónicas do Grande Despertar | Crónicas del Gran Despertar

28/09/2022

A nova ordem moral | El nuevo orden moral



«O estatuto de vítima é rentável; toda a gente quer ser vítima! Um histerismo da compaixão e uma exigência obsessiva de protecção correm paralelas a um moralismo choramingas e uma sentimentalização da política dignas de figurar, um dia, na história universal da parolice. Com o remate da culpabilização geral do passado: a convocatória de caçadas morais para perseguir a xenofobia, o fascismo, o racismo e a homofobia através dos séculos, o que nos conforta numa certeza: os nossos valores são os universais e definitivos, nós somos os melhores, nós somos os bons.

Claro que um mundo onde toda a tensão tenha sido abolida, um mundo sem mistério, sem surpresas, sem enigmas, onde reine apenas o indiferenciado e onde todos sejam iguais, seria o mais parecido ao inferno. É, por isso, imprescindível introduzir pelo menos um simulacro de tensão, uma negatividade de papelão. E, assim, as forças do Mal são ritualmente convocadas, para que os “subversivos” e os “inconformistas” possam travar as suas cruzadas contra a intolerância, o conservadorismo, a xenofobia e o fascismo que virá. Todos os totalitarismos precisam de inimigos. Estaline não parava de desbaratar conspirações trotskistas; no 1984 de Orwell, a Oceânia enfrenta uma guerra eterna contra a Eurasia e a Estasia.

Muray denomina consenso brando a esta forma subtil de totalitarismo. Na era dos bons sentimentos torna-se impossível fazer oposição às normas higiénicas e idílicas sem que, ao mesmo tempo, pareça que se ataca o género humano. No fundo, mais do que reprimir violentamente a alteridade – como faziam as tiranias clássicas – aspira-se a eliminar a própria possibilidade da sua existência. Dizia Orwell – na sua análise da novilíngua em 1984 – que, quando já não existem palavras para nomear uma coisa, a coisa deixa de existir. A correcção política encarrega-se dessa depuração da linguagem, de asseá-la, asseptizá-la, higienizá-la conforme os dogmas actuais.

Que fazer? Para Muray só há uma opção: marcar, através da literatura, uma distância sanitária frente a “todas essas formas pomposas e fúnebres da moral contemporânea e todo o seu sistema de valores tolerantistas, paritários, intercambiários, livres-cambistas, solidaristas e multiculturais, mas sempre vigilantes, niveladores e controladores, como as beatas de sacristia que na realidade são, que asfixiam com o seu peso de morte e de preconceitos o pouco que ainda resta de vida, e que, se perduram, é porque continuam sem deixar-se definir como aquilo que realmente são: uma ordem moral, a ordem moral mais odiosa de todas as ordens morais que jamais atormentaram a humanidade, mas cuja origem de esquerda a protege da derrocada que merece.”»

* * * * *

«El estatuto de víctima es rentable ¡todo el mundo quiere ser víctima! Un histerismo de la compasión y una exigencia obsesiva de protección que corren paralelas con un moralismo llorón y una sentimentalización de la política dignas de figurar algún día en una historia universal de la cursilería. Con el colofón de la culpabilización general del pasado: la convocatoria de safaris morales para perseguir la xenofobia, el fascismo, el racismo y la homofobia a través de los siglos, lo que nos conforta en una certeza: nuestros valores son los universales y definitivos, nosotros somos mejores, nosotros somos buenos.

Claro que un mundo donde toda tensión haya sido abolida, un mundo sin misterio, sin sorpresas, sin enigmas, donde sólo reine lo indiferenciado y donde todos sean iguales, sería lo más parecido al infierno. Es por ello imprescindible introducir al menos un simulacro de tensión, una negatividad de cartón piedra. Y así las fuerzas del Mal son ritualmente convocadas, para que los “subversivos” y los “inconformistas” puedan librar sus cruzadas progresistas contra la intolerancia, el integrismo, la xenofobia y el fascismo que viene. Todos los totalitarismos necesitan enemigos. Stalin no cesaba de desbaratar conspiraciones trotskistas; en el 1984 de Orwell Oceania se enfrenta en una guerra eterna contra Eurasia y Estasia.

Muray denomina consenso blando a esa forma sutil del totalitarismo. En la era de los buenos sentimientos se hace imposible oponerse a las normas higiénicas e idílicas sin que al tiempo parezca que se ataca al género humano. En el fondo, más que reprimir violentamente la alteridad –como hacían las tiranías clásicas– se aspira a eliminar la posibilidad misma de su existencia. Decía Orwell –en su análisis de la Novolengua en 1984– que cuando ya no existen palabras para nombrar una cosa, la cosa deja de existir. La corrección política se encarga de esa depuración del lenguaje, de asearlo, aseptizarlo e higienizarlo conforme a los dogmas del día.

¿Qué hacer? Para Muray sólo cabe una opción: marcar, a través de la literatura, una distancia sanitaria frente a “todas esas formas pomposas y fúnebres de la moral contemporánea y todo su sistema de valores tolerantistas, paritarios, intercambistas, librecambistas, solidaristas y multiculturales, pero siempre vigilantes, niveladores y controladores como las beatas de sacristía que en realidad son, que ahogan con su peso de muerte y de prejuicios lo poco que todavía queda de vida, y que si perduran es porque siguen sin dejarse definir como lo que realmente son: un orden moral, el orden moral más odioso de todos los órdenes morales que jamás hayan agobiado a la humanidad, pero cuyo origen de izquierda le protege de la debacle que merece”.»

25/09/2022

Entretanto em Itália… | Mientras tanto en Italia...



«A direita e a esquerda são idênticas na política externa: atlantismo, lealdade a Washington e ao Otanistão, apoio total à Ucrânia atacada pelos cripto-fascistas-comunistas que vivem no Kremlin, em cujos corredores sombrios e sinistros vagueia o vampírico Putin. E assim, enquanto Volodymyr Mahatma Gandhi Zelensky pode continuar a tocar piano com o pénis e fazer algumas linhas de cocaína quando está muito stressado pelos esforços de conduzir uma guerra por procuração, os italianos terão um inverno horrível graças aos governos que continuam as sanções contra a Rússia, sanções que são um martelo nos pés italianos e não nos russos.

Teremos um inverno horrível com um contínuo encerramento de lojas, ginásios, pequenas e grandes fábricas fechando por causa do disparo das contas de gás e electricidade, casas frias ou mal aquecidas se não às escuras. Teremos pouca luz e pouco gás, mas muito mais desempregados e a inevitável, democrática, cacetada policial sobre os manifestantes em protesto.

Dizem-nos que este é o preço da democracia, mas não é: é o preço da demência que reina em Washington e Bruxelas e a contínua subserviência de nosso país a todas as organizações internacionais às quais ele adere. É o preço de ter governos de merda.

Passar de "lavar as mãos com frequência" para "tomar alguns banhos, mais curtos e com água fria" realmente só levou um momento...»

* * * * *

«La derecha y la izquierda son idénticas en política exterior: atlantismo, lealtad a Washington y al Otanistán, apoyo total a Ucrania atacada por los criptofascistas-comunistas que viven en el Kremlin, en cuyos oscuros y siniestros pasillos deambula el vampírico Putin. Y así, mientras Volodymyr Mahatma Gandhi Zelensky pueda seguir tocando el piano con su pene y meterse unas rayas de coca cuando esté muy estresado por los esfuerzos de llevar a cabo una guerra de delegación, los italianos tendrán un invierno horrible gracias a los gobiernos que siguen adelante con las sanciones contra Rusia, sanciones que son un martillo en los pies italianos, y no en los rusos.

Tendremos un invierno horrible con un continuo cierre de tiendas, gimnasios, pequeñas y grandes fábricas cerrando puertas por el alza de las facturas de gas y electricidad, casas frías o mal calentadas si no oscuras. Tendremos poca luz y poco gas, pero muchos más parados y lo inevitable, democrático, bastonazo policial a los manifestantes en protesta.

Se nos dice que ese es el precio de la democracia, pero no lo es: es el precio de la locura que reina en Washington y Bruselas y de la continua sumisión de nuestro país a todos los organismos internacionales a los que se adhiere. Es el precio de tener gobiernos de mierda.

Pasar de "lavarse las manos con frecuencia" a "tomar algunas duchas, más cortas y con agua fría" realmente solo tomó un momento.»

24/09/2022

O sonho europeu morreu | El sueño europeo ha muerto



«“Desde o primeiro dia estivemos ao lado da Ucrânia, com armas, com dinheiro, com hospitais para os refugiados e com sanções (contra a Rússia), as mais fortes e firmes que o mundo jamais viu. Retiramos três quartas partes do sector bancário russo dos mercados internacionais, mil empresas internacionais saíram da Rússia. A Aeroflot foi obrigada a deixar os seus aviões parados porque não existem peças sobresselentes. O exército russo vê-se na necessidade de retirar chips nos frigoríficos e outros electrodomésticos para os seus veículos porque não têm semicondutores. Foi o Kremlin que deu cabo da economia. É o preço que a destruição de Putin faz pagar ao povo russo. Que as coisas fiquem claras: as sanções estão aqui e vão continuar. Devemos mostrar-nos determinados, não devemos procurar o apaziguamento. As coisas devem ficar muito, muito claras.”

Com efeito, as coisas estão muito, muito claras. O discurso de Ursula von der Leyen é um discurso de guerra. As suas palavras não deixam lugar a qualquer dúvida. “Não devemos procurar o apaziguamento”. É, pois, o momento da guerra. “Devemos procurá-la e alimentá-la, até ao aniquilamento da Rússia.”
A elite europeia, degenerada, desalmada e criminosa, encaminha-nos para o precipício de uma catástrofe incomensurável, o abismo de uma guerra espantosa que desembocará na destruição completa de tudo quanto se construiu e criou na Europa ao longo de dois mil anos.
Esta Europa que nos tinham vendido como o final feliz e luminoso de uma longa história de conflitos e desencontros, como o garante da paz, da prosperidade e da fraternidade entre os povos, pelos séculos dos séculos, converteu-se numa máquina de guerra, de ódio, de pobreza e de opressão. Esta Europa já tirou a máscara e mostra-se tal como é: uma potência belicosa, expansionista, autoritária e violenta. Uma máquina de destruição, de miséria e de escravidão. O sonho europeu morreu, e sobre as suas cinzas está a nascer um pesadelo.»

* * * * *

«“Desde el primer día hemos estado al lado de Ucrania, con armas, con dinero, con hospitales para los refugiados y con sanciones (contra Rusia), las más fuertes y firmes que el mundo haya nunca visto. Hemos retirado las tres cuartas partes del sector bancario ruso de los mercados internacionales, mil empresas internacionales han salido de Rusia. Aeroflot debe dejar sus aviones en el suelo porque no hay repuestos. El ejército ruso se ve en la necesidad de coger chips en las neveras y en otros aparatos electrodomésticos para sus vehículos porque no tienen semiconductores. Es el Kremlin quién ha puesto la economía sobre la vía del olvido. Es el precio que la destrucción de Putin hace pagar al pueblo ruso. Que queden las cosas claras: las sanciones están aquí y van a permanecer. Debemos mostrarnos determinados, no debemos buscar el apaciguamiento. Las cosas deben quedar muy, muy claras.”

En efecto, las cosas están muy, muy claras. El discurso de Ursula von der Leyen es un discurso de guerra. Sus palabras no dejan lugar a ninguna duda. “No debemos buscar el apaciguamiento”. Es, pues, el momento de la guerra. “Debemos buscarla y alimentarla, hasta el aniquilamiento de Rusia”.
La élite degenerada, desalmada y criminal europea nos encamina al precipicio de una catástrofe inconmensurable, al abismo de una guerra espantosa que desembocará en la destrucción completa de todo cuanto se ha construido y creado en Europa en dos mil años.
Esta Europa que nos habían vendido como el desenlace feliz y luminoso de una larga historia de conflictos y desencuentros, como la garante de la paz, la prosperidad y la fraternidad entre los pueblos, por los siglos de los siglos, se ha convertido en una máquina de guerra, de odio, de pobreza y de opresión. Esta Europa ya se ha quitado la máscara y se muestra tal cual es: una potencia belicosa, expansionista, autoritaria y violenta. Una máquina de destrucción, de miseria y de esclavitud. El sueño europeo ha muerto, y sobre sus cenizas está naciendo una pesadilla.»

17/09/2022

200 dias (e 2) | 200 días (y 2)



«Os globalistas não se importaram de atirar a Rússia para os braços da China, porque o principal é evitar que se alie a uma Europa livre e dirigida pela Alemanha. Por esse motivo as potências anglo-saxónicas sabotaram até a Rússia de Iéltsin, que era o seu homem, o seu melhor aliado. Se, contra Iéltsin, financiaram e armaram os islamistas tchetchenos, o que farão com qualquer regime sucessor do actual?

A Rússia começa a tomar consciência que esta não é uma crise passageira: a América precisa da guerra para sustentar a sua economia, para manter o seu cambaleante domínio global e para desanuviar o difícil panorama dos democratas nas próximas eleições intercalares. Moscovo, se quiser sobreviver ao que lhe estão a preparar em Londres, Washington e Bruxelas, deve cerrar fileiras, acabar com a quinta coluna liberal que ainda subsiste entre a nomenklatura do Kremlin e ressuscitar o espírito de Pedro, o Grande, do implacável cavaleiro de bronze. O regime de Maidan é uma ameaça existencial para Moscovo, um peão da OTAN que exerce o papel de uma agressiva anti-Rússia; o Kremlin não tem nada para negociar com a ditadura de Kiev, senão destruí-la e castigar os seus sequazes. Para isso, não pode limitar a sua acção com o fim louvável de sofrer um custo humano mínimo, porque nesse caso a operação especial na Ucrânia durará anos e acabará por ser um cancro para o Estado. Só uma escalada intensa e rápida do conflito, que não duvide em recorrer a todos os meios que a Rússia tem ao seu dispor, acabará com o mal. Tanto mais que é seguro que o Ocidente não morrerá pela Ucrânia: nenhum amo se sacrifica pelo seu escravo.»

* * * * *

«A los globalistas no les ha importado echar a Rusia en brazos de China, porque lo principal es que no se alíe a una Europa libre y dirigida por Alemania. Por eso, las potencias anglosajonas sabotearon incluso a la Rusia de Yeltsin, que era su hombre, su mejor aliado. Si contra Yeltsin financiaron y armaron a los islamistas chechenos, ¿qué no harán con cualquier régimen sucesor del actual?

Rusia empieza a ser consciente de que esto no es una crisis pasajera: América necesita la guerra para sostener su economía, mantener su tambaleante dominio global y arreglar el difícil panorama de los demócratas en las midterm elections. Moscú, si quiere sobrevivir a lo que le están preparando en Londres, Washington y Bruselas, debe cerrar filas, acabar con la quinta columna liberal que aún subsiste entre la nomenklatura del Kremlin y resucitar el espíritu de Pedro el Grande, del implacable jinete de bronce. El régimen del Maidán es una amenaza existencial para Moscú, un peón de la OTAN que ejerce el papel de una agresiva anti-Rusia; el Kremlin no tiene que negociar nada con la dictadura de Kíev, sino destruirla y castigar a sus secuaces. Para ello, no puede limitar su acción con el loable fin de sufrir un coste humano mínimo, porque entonces la operación especial en Ucrania durará años y acabará por ser un cáncer para el Estado. Sólo una escalada intensa y rápida del conflicto, que no dude en utilizar todos los medios de los que Rusia dispone, acabará con el mal. Además, es seguro que Occidente no morirá por Ucrania: ningún amo se sacrifica por su esclavo.»

16/09/2022

200 dias (1) | 200 días (1)



«O Kremlin continua empenhado no desenvolvimento de uma operação militar especial e parece não se aperceber que os anglo-saxões lhe declararam uma guerra de morte, para a qual dispõem de abundante carne para canhão, que hoje é ucraniana, amanhã será georgiana e depois cazaquistanesa. Isto para nem falar da deficiente campanha de propaganda de Moscovo, tão necessária numa situação deste tipo, e que, dada a génese criminosa do regime de Maidan, não seria muito difícil de gerir com êxito: corrupção colossal e galopante, roubo de 90% da ajuda humanitária, tráfico de armas, redes de prostituição, apelos ao genocídio, ataques à central nuclear de Zaporíjia, desaparecimento de opositores, detenções arbitrárias, torturas a prisioneiros de guerra, execuções extra-judiciais, proibição de partidos políticos não apoiantes, o parlamento expurgado da oposição eleita, atentados terroristas em Moscovo, assassinato diário de civis em Donetsk… É inacreditável como a Rússia não aproveita a quantidade de material de propaganda que os carniceiros de Zelenski lhe oferecem dia após dia.

Dá-se a estranha situação de que a Ucrânia tem a guerra perdida, mas a Rússia não a sabe ganhar. A economia da tecnocracia de Putin demonstrou ser muito mais sólida do que pensavam as centenas de “especialistas”, que queriam pô-la de joelhos em dois meses; aguentou toda uma bateria de sanções que apenas serviram para arruinar a Europa e enriquecer os Estados Unidos e, por tabela, a Rússia. O seu exército, apesar do desprezo da imprensa ocidental, sabe movimentar-se e adaptar-se muito bem no aspecto táctico e técnico. Mas a sua direcção política está presa do pragmatismo que lhe serviu para se restabelecer do desastre das eras de Gorbachov e Iéltsin, mas cega na percepção das ameaças que agora enfrenta. A Rússia continua a pensar que vive em paz, porque a guerra do Donbass não lhe exige mobilizar os recursos da nação, tanto humanos como económicos (recordemos que nesta operação militar especial apenas está empenhada uma fracção do exército, que não chega a 20% do total dos seus contingentes), e sonha com uma solução negociada para terminar a crise. Mas Moscovo está comprometida numa guerra que a plutocracia saxónica prosseguirá com a mesma determinação das alianças que formou para acabar com o império napoleónico – e não lhes vai faltar a carne de canhão polaca, báltica e até espanhola –, porque o inimigo do atlantismo não é Putin, mas a Rússia. Se o regime do Kremlin mudasse, o que é duvidoso mas não impossível, os dirigentes de Washington e Londres continuariam a procurar a sua ruína, pois é o único poder que, unido à Europa, poderia desafiar a hegemonia americana.»

* * * * *

«El Kremlin sigue empeñado en desarrollar una operación militar especial y parece no darse cuenta de que los anglosajones le han declarado una guerra a muerte, en la que disponen de abundante carne de cañón, que hoy es ucraniana, mañana será georgiana y pasado kazaja. Y eso por no hablar de la deficiente campaña de propaganda de Moscú, tan necesaria en una situación de este tipo, y que, dados los lombrosianos rasgos criminales del régimen del Maidán, no habría sido muy difícil gestionar con éxito: corrupción colosal y galopante, robo del 90% de la ayuda humanitaria, tráfico de armas, trata de blancas, llamadas al genocidio, ataques a la central nuclear de Zaporozhia, desaparición de oponentes, detenciones arbitrarias, torturas a prisioneros de guerra, ejecuciones extrajudiciales, prohibición de los partidos políticos no afines, Rada (parlamento) purgada de opositores electos, atentados terroristas en Moscú, asesinato cotidiano de civiles en Donetsk … Es increíble que Rusia no haya aprovechado la gran cantidad de material propagandístico que los matarifes de Zelenski le regalan un día tras otro.

Se da la extraña situación de que Ucrania tiene la guerra perdida, pero Rusia no la sabe ganar. La economía de la tecnocracia de Putin se demostró mucho más sólida de lo que pensaban los centenares de “expertos” que querían ponerla de rodillas en dos meses; aguantó toda una batería de sanciones que sólo han servido para arruinar a Europa y enriquecer a los Estados Unidos y, de carambola, a Rusia. Su ejército, pese al menosprecio de la prensa occidental, sabe manejarse y adaptarse muy bien en el aspecto táctico y técnico. Pero su dirección política, sin embargo, está presa del pragmatismo que le sirvió para reponerse del desastre de las eras de Gorbachov y Yeltsin, pero que ciega su percepción de las amenazas a las que ahora se enfrenta. Rusia sigue pensando que vive en paz, porque la guerra del Donbass no exige movilizar los recursos de la nación, tanto humanos como económicos (recordemos que en esta operación militar especial sólo está empeñada una fracción del ejército que no llega al 20% del total de sus contingentes), y sueña con que esta crisis tendrá una solución negociada. Pero Moscú está comprometido en una guerra que la plutocracia sajona proseguirá con la misma determinación de las coaliciones que formó para acabar con el imperio napoleónico —y no les va a escasear la carne de cañón polaca, báltica y hasta española—, porque el enemigo del atlantismo no es Putin, es Rusia. Si se cambiara de régimen en el Kremlin, cosa que parece dudosa pero no imposible, los dirigentes de Washington y Londres seguirían buscando su ruina, pues es el único poder que unido a Europa podría desafiar la hegemonía americana.»