Crónicas do Grande Despertar | Crónicas del Gran Despertar

16/09/2022

200 dias (1) | 200 días (1)



«O Kremlin continua empenhado no desenvolvimento de uma operação militar especial e parece não se aperceber que os anglo-saxões lhe declararam uma guerra de morte, para a qual dispõem de abundante carne para canhão, que hoje é ucraniana, amanhã será georgiana e depois cazaquistanesa. Isto para nem falar da deficiente campanha de propaganda de Moscovo, tão necessária numa situação deste tipo, e que, dada a génese criminosa do regime de Maidan, não seria muito difícil de gerir com êxito: corrupção colossal e galopante, roubo de 90% da ajuda humanitária, tráfico de armas, redes de prostituição, apelos ao genocídio, ataques à central nuclear de Zaporíjia, desaparecimento de opositores, detenções arbitrárias, torturas a prisioneiros de guerra, execuções extra-judiciais, proibição de partidos políticos não apoiantes, o parlamento expurgado da oposição eleita, atentados terroristas em Moscovo, assassinato diário de civis em Donetsk… É inacreditável como a Rússia não aproveita a quantidade de material de propaganda que os carniceiros de Zelenski lhe oferecem dia após dia.

Dá-se a estranha situação de que a Ucrânia tem a guerra perdida, mas a Rússia não a sabe ganhar. A economia da tecnocracia de Putin demonstrou ser muito mais sólida do que pensavam as centenas de “especialistas”, que queriam pô-la de joelhos em dois meses; aguentou toda uma bateria de sanções que apenas serviram para arruinar a Europa e enriquecer os Estados Unidos e, por tabela, a Rússia. O seu exército, apesar do desprezo da imprensa ocidental, sabe movimentar-se e adaptar-se muito bem no aspecto táctico e técnico. Mas a sua direcção política está presa do pragmatismo que lhe serviu para se restabelecer do desastre das eras de Gorbachov e Iéltsin, mas cega na percepção das ameaças que agora enfrenta. A Rússia continua a pensar que vive em paz, porque a guerra do Donbass não lhe exige mobilizar os recursos da nação, tanto humanos como económicos (recordemos que nesta operação militar especial apenas está empenhada uma fracção do exército, que não chega a 20% do total dos seus contingentes), e sonha com uma solução negociada para terminar a crise. Mas Moscovo está comprometida numa guerra que a plutocracia saxónica prosseguirá com a mesma determinação das alianças que formou para acabar com o império napoleónico – e não lhes vai faltar a carne de canhão polaca, báltica e até espanhola –, porque o inimigo do atlantismo não é Putin, mas a Rússia. Se o regime do Kremlin mudasse, o que é duvidoso mas não impossível, os dirigentes de Washington e Londres continuariam a procurar a sua ruína, pois é o único poder que, unido à Europa, poderia desafiar a hegemonia americana.»

* * * * *

«El Kremlin sigue empeñado en desarrollar una operación militar especial y parece no darse cuenta de que los anglosajones le han declarado una guerra a muerte, en la que disponen de abundante carne de cañón, que hoy es ucraniana, mañana será georgiana y pasado kazaja. Y eso por no hablar de la deficiente campaña de propaganda de Moscú, tan necesaria en una situación de este tipo, y que, dados los lombrosianos rasgos criminales del régimen del Maidán, no habría sido muy difícil gestionar con éxito: corrupción colosal y galopante, robo del 90% de la ayuda humanitaria, tráfico de armas, trata de blancas, llamadas al genocidio, ataques a la central nuclear de Zaporozhia, desaparición de oponentes, detenciones arbitrarias, torturas a prisioneros de guerra, ejecuciones extrajudiciales, prohibición de los partidos políticos no afines, Rada (parlamento) purgada de opositores electos, atentados terroristas en Moscú, asesinato cotidiano de civiles en Donetsk … Es increíble que Rusia no haya aprovechado la gran cantidad de material propagandístico que los matarifes de Zelenski le regalan un día tras otro.

Se da la extraña situación de que Ucrania tiene la guerra perdida, pero Rusia no la sabe ganar. La economía de la tecnocracia de Putin se demostró mucho más sólida de lo que pensaban los centenares de “expertos” que querían ponerla de rodillas en dos meses; aguantó toda una batería de sanciones que sólo han servido para arruinar a Europa y enriquecer a los Estados Unidos y, de carambola, a Rusia. Su ejército, pese al menosprecio de la prensa occidental, sabe manejarse y adaptarse muy bien en el aspecto táctico y técnico. Pero su dirección política, sin embargo, está presa del pragmatismo que le sirvió para reponerse del desastre de las eras de Gorbachov y Yeltsin, pero que ciega su percepción de las amenazas a las que ahora se enfrenta. Rusia sigue pensando que vive en paz, porque la guerra del Donbass no exige movilizar los recursos de la nación, tanto humanos como económicos (recordemos que en esta operación militar especial sólo está empeñada una fracción del ejército que no llega al 20% del total de sus contingentes), y sueña con que esta crisis tendrá una solución negociada. Pero Moscú está comprometido en una guerra que la plutocracia sajona proseguirá con la misma determinación de las coaliciones que formó para acabar con el imperio napoleónico —y no les va a escasear la carne de cañón polaca, báltica y hasta española—, porque el enemigo del atlantismo no es Putin, es Rusia. Si se cambiara de régimen en el Kremlin, cosa que parece dudosa pero no imposible, los dirigentes de Washington y Londres seguirían buscando su ruina, pues es el único poder que unido a Europa podría desafiar la hegemonía americana.»

Sem comentários:

Enviar um comentário