Crónicas do Grande Despertar | Crónicas del Gran Despertar

02/08/2022

O nada e o seu niilismo (1) | La nada y su nihilismo (1)



«Pela primeira vez na História a anormalidade fundamenta a normalidade. O anormal, o desviante, converte-se na pedra angular do mundo. Em todos os campos. Também no de uma arte convertida em não-arte, e onde a fealdade e a insignificância se convertem na base e pilar de algo que, sabe-se lá porquê, continua a chamar-se “beleza”. Também no campo da sexualidade (ou do género), o que tratam de impor como norma é a anormalidade da transexualidade ou da homossexualidade. […]

Não; contrariamente às aparências, contrariamente ao que aparentam os niilistas que tudo refutam e tudo arrasam, o que tratam de nos impor não é o Nada de uma “liberdade” liquefeita, dissolvida na areia de tais ninharias. O que tratam de nos impor é uma ordem incomparavelmente mais dura e feroz que todas as ordens autoritárias, despóticas e até totalitárias que existiram no passado. […]

Apesar das suas aparências, o regime liberal-libertário é o mais ferozmente despótico de todos, devido a duas razões essenciais. A primeira, porque se fundamenta num engano que é infinitamente mais do que um simples ardil propagandístico. É um engano, por assim dizer, ontológico, consubstancial ao sistema que o institui. Trata-se do engano – um engano que se infiltrou, transformando-se numa “verdade” incrustada no imaginário colectivo – que consiste em fundamentar o mundo sobre a ausência de qualquer princípio que não seja o da mais absoluta liberdade de cada indivíduo. Trata-se dessa enganosa e falsa liberdade que, partindo da ausência de toda a norma, desemboca na norma do anormal.

E há um segundo motivo. Ao estabelecer como norma primeira o anormal e o desviante, está a efectuar-se algo nunca visto em nenhum outro momento da História. Ao estabelecer esse delírio orwelliano segundo o qual a base do normal é o anormal, do mesmo modo que a base da sensatez é a loucura, e da beleza a fealdade; ao efectuar tal coisa, o resultado é corroer pura e simplesmente as bases antropológicas mais elementares da existência. Já não são as suas bases culturais, sociais, económicas, políticas…, mas as suas bases – repito – pura e simplesmente antropológicas.»

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«Por primera vez en la historia la anormalidad funda la normalidad. Lo anormal, lo desviante, se convierte en piedra angular del mundo. En todos los campos. También en el de un arte convertido en no arte, y donde la fealdad y la insignificancia se convierten en la base y el pilar de algo que, no se sabe por qué, se sigue llamando “belleza”. También en el campo de la sexualidad (o del género), lo que tratan de imponer como norma es la anormalidad de la transexualidad o de la homosexualidad. […]

No, contrariamente a las apariencias, contrariamente a lo que aparentan los nihilistas que todo lo impugnan y todo lo arrasan, lo que tratan de imponernos no es la Nada de una “libertad” licuada, disuelta en la arena de tales naderías. Lo que tratan de imponernos es un orden incomparablemente más duro y feroz que el de todos los órdenes autoritarios, despóticos y hasta totalitarios que en el pasado han sido. […]

Pese a sus apariencias, el régimen liberal-libertario es el más ferozmente despótico de todos, y ello por dos razones esenciales. La primera, porque se funda en un engaño que es infinitamente más que un simple ardid propagandístico. Es un engaño, por así decirlo, ontológico, consustancial al sistema que lo instituye. Se trata del engaño —y engaño que ha calado transformándose en “verdad” incrustada en el imaginario colectivo— que consiste en fundar el mundo sobre la ausencia de cualquier principio que no sea el de la libertad más absoluta de cada individuo. Se trata de esa engañosa, falsa libertad que, partiendo de la ausencia de toda norma, desemboca en la norma de lo anormal.

Y hay un segundo motivo. Al establecer como norma primera lo anormal y desviante, se está efectuando algo nunca visto en ningún otro momento de la historia. Al establecer ese delirio orwelliano según el cual la base de lo normal es lo anormal, de igual modo que la base de la cordura es la locura, y la de la belleza la fealdad; al efectuar tal cosa, lo que se está haciendo es socavar simple y llanamente las bases antropológicas más elementales de la existencia. No ya sus bases culturales, sociales, económicas, políticas..., sino sus bases —repito— simple y llanamente antropológicas.»

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