Crónicas do Grande Despertar | Crónicas del Gran Despertar

09/01/2023

A esquerdização | La izquierdización



«Como é possível que o espectro político se desloque sempre e cada vez mais à esquerda? Assim, o que antes era considerado centrista, passa depois a ser visto como de direita, ou mesmo de extrema-direita; o que ontem diziam apenas uns radicais de esquerda, passa depois à esquerda política e, daí, ao senso comum partilhado por (quase) todos. [...]

A esquerda tem uma explicação rápida para este fenómeno: “Claro, temos razão, como tal é de esperar que a sociedade a vá reconhecendo, pouco a pouco.” Reconheçamos que esta explicação não é muito trabalhada ao nível intelectual.

Curtis Yarvin analisa-a mais profundamente. Para ele, a esquerda representa a abolição das normas que nos preservam do caos; a direita, a sua conservação e adequação aos tempos. Como é possível, então, que nos últimos duzentos anos tenham triunfado aqueles que têm eliminado os diques que nos salvavam da anomia? Esta pergunta exige uma resposta e uma clarificação.

A resposta é que o desenvolvimento tecno-científico permitiu que agora se possam desregular coisas que antes deviam ser reguladas por normas sociais. Asfixiar a mãe com uma almofada, quando ela está doente e desesperada, é uma opção que muito pouca gente considera; mas se desenvolvermos um método que permita eutanasiá-la de um modo mais frio (uma agulha no braço, um líquido transparente, um serviço de saúde que se disponha), começa a tornar-se possível uma lei pró-eutanásia como as que se têm promulgado. Outro tanto se pode dizer dos “avanços” na hora de cometer abortos. Mesmo assim, não se esconde a ninguém que a chegada dos contraceptivos implicou uma mudança das normas sexuais; ou que o desenvolvimento económico permite ser mais frouxo com vícios que antes colocariam em xeque a sobrevivência de uma sociedade; ou que as aplicações informáticas alteraram as normas de cortesia que prevaleciam entre gente educada. Quanto mais avance a ciência e a técnica, mais coisas veremos que antes nos pareciam impensáveis, aceites por cada vez mais gente.»

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«¿Cómo es posible que el espectro político se desplace cada vez más y más a la izquierda? Así, lo que antaño era considerado centrista, pasa enseguida a ser visto como derechista, o incluso de ultraderecha; lo que ayer decían solo unos cuantos exaltados izquierdistas, pasa enseguida a la izquierda política y, de ahí, al sentido común compartido por (casi) todos. [...]

La izquierda tiene una explicación rápida para este fenómeno: “Claro, tenemos razón, es normal que la sociedad vaya poco a poco dándonosla”. Reconozcamos que muy intelectualmente trabajada tal elucidación no es.

Curtis Yarvin la elabora más. Para él, la izquierda representa la abolición de las normas que nos preservan del caos; la derecha, su conservación y adecuación a los tiempos. ¿Cómo es posible, entonces, que en los últimos doscientos años hayan triunfado quienes han ido eliminando los diques que nos salvaban de la anomía? Esta pregunta exige una respuesta y una aclaración.

La respuesta es que el desarrollo tecnocientífico ha permitido que cosas que antes debían regularse con normas sociales, ahora se puedan desregular. Asfixiar con la almohada a tu madre cuando está enferma y desesperada resulta una opción barajable para muy poca gente; pero si desarrollamos un método que nos permita eutanasiarla de modo más frío (una aguja en el brazo, un líquido transparente, un sanitario predispuesto), se empieza a hacer posible una ley proeutanasia como la que rige en nuestro país. Otro tanto cabe decir de los “avances” a la hora de cometer abortos. Asimismo, a nadie se le oculta que la llegada de los anticonceptivos implicó un cambio de las normas sexuales; o que el desarrollo económico permite ser más laxos con vicios que antes pondrían en jaque la supervivencia de una sociedad; o que las aplicaciones informáticas han cambiado las normas de cortesía que regían entre la gente educada. Cuanto más avance la ciencia y la técnica, veremos cosas que antes nos parecían impensables aceptadas por más y más.» (El Manifiesto)

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