Crónicas do Grande Despertar | Crónicas del Gran Despertar

30/12/2022

A manipulação do “sufrágio universal” (1) | La manipulación del “sufragio universal” (1)



«A chapelada, entendida como a alteração do escrutínio dos votos, parece-me uma velharia imprópria dos tempos da ‘biopolítica’ em vigor; as fraudes não se cometem hoje na contagem dos votos, mas mediante mecanismos muito mais subtis, como a ‘gestão das opiniões’ e, mais ainda, das consciências. Dizia Rousseau que a maioria nunca se engana; e Ibsen, saindo-lhe ao caminho, afirmava que a maioria engana-se sempre. Ambas afirmações são uma patranha: a maioria, nos tempos da biopolítica, nem acerta nem se engana, limita-se apenas a fazer o que lhe mandam; ou, dito com mais propriedade, o que a induzem suavemente a fazer, mediante técnicas persuasivas que actuam como uma chuva fina sobre a consciência (técnicas que, evidentemente, nada têm a ver com a tosca propaganda eleitoral de antanho).

Dizia o visionário Léon Bloy há mais de um século que “o sufrágio universal é e imolaçã́o frenética, sistemática e mil vezes insensata da consciência”; tal afirmação, muito ousada para a época, tornou-se hoje uma realidade inquestionável. E para conseguir que as consciências se imolem à maioria, a biopolítica infiltra-se nelas e implanta muito delicadamente opiniões que os implantados crêem ser opiniões próprias. Como nos ensina Edward Bernays na sua obra clássica Propaganda, “a manipulação consciente e inteligente dos hábitos e opiniões das massas é um elemento fundamental da sociedade democrática”.»

* * * * *

«El pucherazo, entendido como alteración del escrutinio de los votos, se me antoja una antigualla impropia de los tiempos de ‘biopolítica’ reinantes; los fraudes hoy no se cometen en el cómputo de los votos, sino mediante mecanismos mucho más sutiles, tales como la ‘gestión de las opiniones’ y aun de las conciencias. Decía Rousseau que la mayoría no se equivoca nunca; e Ibsen, saliéndole al paso, afirmaba que la mayoría se equivoca siempre. Ambas afirmaciones son paparruchas: la mayoría, en los tiempos de la biopolítica, ni acierta ni se equivoca, sino que se limita a hacer lo que le mandan; o, dicho con más propiedad, lo que la inducen suavemente a hacer, mediante técnicas persuasivas que actúan a modo de lluvia fina o calabobos sobre la conciencia (técnicas que, por supuesto, nada tienen que ver con la burda propaganda electoral a la antigua usanza).

Decía el visionario Léon Bloy hace más de un siglo que “el sufragio universal es la inmolación frenética, sistemática y mil veces insensata de la conciencia”; tal afirmación, por entonces muy osada, hoy se ha vuelto una realidad incuestionable. Y para conseguir que las conciencias se inmolen a la mayoría, la biopolítica se infiltra en ellas e implanta muy delicadamente opiniones que los implantados perciben como opiniones propias. Como nos enseña Edward Bernays en su clásica obra Propaganda, “la manipulación consciente e inteligente de los hábitos y opiniones de las masas es un elemento fundamental en la sociedad democrática”.

Sem comentários:

Enviar um comentário