Crónicas do Grande Despertar | Crónicas del Gran Despertar

22/08/2022

Ideias e valores do Ocidente (1) | Ideas y valores de Occidente (1)



«Ideias e valores. Sob o radar das grandes parangonas e para lá da actualidade imediata, as ideias e os valores antecipam, no plano metapolítico, o deslizamento da História. A nossa época apresenta-se, para muitos, como a da “crise de valores”. Nada mais falso. Sim, tem valores. Os seus. E defendem-se com uma intransigência dogmática.

Se procuramos uma incarnação paradigmática dos valores do sistema americanomorfo na sua fase pós-moderna, encontramo-la no movimento gay. O movimento gay como expressão radical do liberalismo libertário: um condensado ideológico onde confluem os retalhos das esquerdas e direitas dos últimos séculos. O liberalismo libertário entendido como um conluio entre a direita económica (capitalismo selvagem, neoliberalismo e desigualdades económicas) e a esquerda social (progressismo, exaltação das marginalidades, igualitarismo cultural). Um sistema em que os que manipulam o espectáculo – uma oligarquia transnacional globalizada cujo epicentro reside, ainda, nos Estados Unidos – permanecem inquestionáveis. (Não existem sequer garantias de que esse epicentro, cada vez mais desnacionalizado, esteja para sempre nos Estados Unidos. O sistema americanomorfo é sobretudo um modelo cultural, em cuja base estão os valores mercantis e o estilo de vida próprio da civilização norte-americana, e que hoje engloba tanto os Estados Unidos como a Europa ocidental e as elites económicas dos países emergentes. Apesar do seu braço musculado ser constituído pelos Estados Unidos, não se trata de um imperialismo de corte clássico, mas de um sistema global que trata de estender-se a todo o mundo.) E o sistema vomita pão e circo: uma cultura global estandardizada que não admite barreiras de nenhum tipo, sejam elas religiosas, morais, culturais ou nacionais. E para erodir essas barreiras são necessárias certas operações de engenharia social. É nessa promessa de liberdade absoluta onde o movimento gay – ou mais precisamente o LGBT – representa a demolição da última barreira: acabar com esse insuportável escândalo da natureza que consiste em não poder escolher o sexo.»

* * * * *

«Ideas y valores. Bajo el radar de los grandes titulares y más allá de la actualidad inmediata, las ideas y valores anticipan, en el plano metapolítico, el deslizarse de la Historia. Nuestra época se presenta, para muchos, como la de la “crisis de valores”. Nada más falso. Sí tiene valores. Los suyos. Y se defienden con dogmática intransigencia.

Si buscamos una encarnación paradigmática de los valores del sistema americanomorfo en su fase posmoderna, lo encontramos en el movimiento gay. El movimiento gay como expresión radical del liberalismo libertario: un condensado ideológico en el que confluyen los retales de las izquierdas y derechas de los últimos dos siglos. El liberalismo libertario entendido como colusión entre la derecha económica (capitalismo salvaje, neoliberalismo y desigualdades económicas) y la izquierda social (progresismo, exaltación de las marginalidades, igualitarismo cultural). Un sistema en el que los que manejan el show –una oligarquía transnacional globalizada cuyo epicentro reside, todavía, en Estados Unidos– permanecen incuestionables. (Tampoco hay garantías de que ese epicentro, cada vez más desnacionalizado, vaya a estar siempre en Estados Unidos. El sistema americanomorfo es ante todo un modelo cultural en cuya base están los valores mercantiles y la forma de vida propia de la civilización norteamericana, y que hoy engloba tanto a los Estados Unidos como a Europa occidental y a las élites económicas de los países emergentes. Aunque su brazo musculado lo constituyen los Estados Unidos no se trata de un imperialismo de corte clásico, sino de un sistema global que trata de extenderse por todo el mundo.) Y el sistema vomita pan y circo: una cultura global estandarizada que no admite barreras de ningún tipo, ya sean éstas religiosas, morales, culturales o nacionales. Y para erosionar esas barreras se precisan ciertas operaciones de ingeniería social. Es en esa promesa de libertad absoluta donde el movimiento gay –o más precisamente el LGBT– representa el allanamiento de la última barrera: acabar con ese insoportable escándalo de la naturaleza que consiste en no poder elegir el sexo.»

Sem comentários:

Enviar um comentário