Crónicas do Grande Despertar | Crónicas del Gran Despertar

12/08/2022

Contra a democracia (1) | Contra la democracia (1)



«O argumento mais decisivo contra a “democracia” resume-se em poucas palavras: o superior não pode emanar do inferior, porque o “mais” não pode sair do “menos”; isto é de um rigor matemático absoluto, contra o qual nada poderia prevalecer. É importante fazer notar que é precisamente o mesmo argumento que, aplicado noutra ordem, serve também contra o “materialismo”. Não há nada de fortuito nesta concordância, e as duas coisas estão muito mais estreitamente ligadas do que poderia parecer à primeira vista.

É demasiado evidente que o povo não pode conferir um poder que ele mesmo não possui; o poder verdadeiro só pode vir de cima, e é por isto que – digamos de passagem – não pode ser legitimado senão pela aprovação de algo superior à ordem social, ou seja, de uma autoridade espiritual; se for de outro modo não se trata mais do que a falsificação do poder, um estado de facto que é injustificável por princípio, e onde não pode existir mais que desordem e confusão.

Esta subversão de toda a hierarquia começa no momento em que o poder temporal quer tornar-se independente da autoridade espiritual, para logo a subordinar e pô-la ao serviço de fins políticos. Há uma primeira usurpação que abre a via a todas as outras, e assim se poderia mostrar que, por exemplo, a própria realeza francesa trabalhou inconscientemente, desde o séc. XIV, na preparação da Revolução que viria a derrubá-la.»

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«El argumento más decisivo contra la “democracia” se resume en pocas palabras: lo superior no puede emanar de lo inferior, porque lo “más” no puede salir de lo “menos”; esto es de un rigor matemático absoluto, contra el cual nada podría prevalecer. Es importante hacer notar que es precisamente el mismo argumento que, aplicado en otro orden, vale también contra el “materialismo”. No hay nada de fortuito en esta concordancia, y las dos cosas son mucho más estrechamente solidarias de lo que podría parecer a primera vista.

Es demasiado evidente que el pueblo no puede conferir un poder que él mismo no posee; el poder verdadero no puede venir más que de arriba, y es por esto por lo que —digámoslo de pasada— no puede ser legitimado más que por la sanción de algo superior al orden social, es decir, de una autoridad espiritual; si es de otra manera no se trata ya sino de una falsificación del poder, un estado de hecho que es injustificable por defecto de principio y donde no puede haber más que desorden y confusión.

Esta subversión de toda jerarquía comienza desde que el poder temporal quiere hacerse independiente de la autoridad espiritual, y luego subordinársela pretendiendo hacerla servir a fines políticos. Hay una primera usurpación que abre la vía de todas las demás, y así se podría mostrar que, por ejemplo, la realeza francesa, ha trabajado inconscientemente ella misma, desde el siglo XIV, en preparar la Revolución que había de derrocarla.»

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