Crónicas do Grande Despertar | Crónicas del Gran Despertar

10/06/2022

Os “nossos valores” (e 2) | “Nuestros valores” (y 2)




«Tal como os cogumelos mais coloridos são os mais venenosos, os valores mais grotescos são aqueles que se apresentam sob uma aparência multicolor.

Onde localizar a quinta-essência, o sancta sanctorum, a expressão mais prístina e depurada da essência dos nossos valores? Invariavelmente, nas derivas sócio-culturais da sua ideologia de base: o liberalismo. O liberalismo é o caudal ideológico de onde brotam os nossos valores.

O liberalismo – tomem nota os conservadores mais distraídos – não é a ideologia da liberdade, mas a ideologia que põe a liberdade ao serviço do indivíduo. “A única liberdade que proclama o liberalismo – escreve Alain de Benoist – é a liberdade individual, entendida como a emancipação relativamente a tudo quanto ultrapassa o indivíduo”. [“Le Libéralisme met la liberté au service du seul individu”, 2019] O seu ideal último é o das “partículas elementares” (Houellebecq); o do indivíduo abstracto; o do livre arbítrio desligado de determinações naturais e da ancoragem histórica.

O liberalismo é a ideologia da ausência de limites. Na qual acompanha a lógica da acumulação do Capital e a dinâmica expansiva do Mercado. Esta característica alcança o seu paroxismo na actual fase do desenvolvimento do liberalismo: a fase neoliberal. No âmbito dos valores, o (neo)liberalismo dedica-se a “fazer de Deus” (playing God, como dizem os americanos). Não estranha, portanto, que o seu campo de jogo favorito seja, por agora, o de uma biologia daninha no risco das opções pessoais. A lógica neoliberal da desregulação conduz à anomia, à ausência de regras. A “normalidade” é defecada pelo deus pós-moderno do Mercado.

Quais são as vitrinas mais vistosas, as jóias da coroa dos nossos valores? As que se declinam em ideologia de género e em minorias sexuais. A nação indispensável envolve-as no celofane da sua cultura de massas. Os nossos valores penetram pela mente, pelo coração e pela escotilha da popa. “O meu corpo pertence-me” – é o enunciado último da ideologia liberal. Não estranha, portanto, que o aborto se imponha como conquista irrenunciável dos nossos valores. Não estranha que as celebrações LGTBIQ+ adquiram um carácter central, sacrossanto, destinado – mais tarde ou mais cedo – a substituir o Natal. Trata-se, ao fim e ao cabo, da festa neoliberal por excelência: a encenação de “uma extroversão sem profundidade, uma espécie de ingenuidade publicitária onde cada qual se torna empresário da sua própria aparência” (Jean Baudrillard). [Francois Bousquet, “Une Épidémie de Transgenres”. Éléments pour la civilisation européenne nº 189, Abril-Maio 2021] O nosso Zeitgeist é híbrido e hermafrodita; essa é a representação estética da nossa época, a imagem de extrema repulsa a qualquer ideia de limite. Como ícones máximos dos nossos valores, o homem grávido e a mulher barbuda.»

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«Al igual que las setas más coloridas son las más venenosas, los valores más birriosos son aquellos que presentan una apariencia multicolor.

¿Dónde localizar la quintaesencia, el sancta sanctorum, la expresión más prístina y depurada de la esencia de nuestros valores? Invariablemente, en las derivas socio-culturales de su ideología de base: el liberalismo. El liberalismo es el caudal ideológico del que manan nuestros valores.

El liberalismo –tomen nota los conservadores en babia– no es la ideología de la libertad, sino la ideología que pone la libertad al servicio del individuo. “La única libertad que proclama el liberalismo – escribe Alain de Benoist – es la libertad individual, entendida como emancipación respecto a todo aquello que sobrepasa al individuo”. [“Le Libéralisme met la liberté au service du seul individu”, 2019] Su ideal último es el de las “partículas elementales” (Houellebecq); el del individuo abstracto; el del libre albedrío desvinculado de determinaciones naturales y de anclajes históricos.

El liberalismo es la ideología de la ausencia de límites. Lo cual se acompasa a la lógica de la acumulación del Capital y a la dinámica expansiva del Mercado. Esta característica alcanza su paroxismo en la fase actual del desenvolvimiento del liberalismo: la fase neoliberal. En el ámbito de los valores, el (neo) liberalismo se dedica a “jugar a Dios” (playing God, como dicen los americanos). No tiene nada de extraño, por tanto, que su campo de juego favorito sea, hoy por hoy, el de una biología tuneada al albur de las elecciones individuales. La lógica neoliberal de la desregulación conduce a la anomía, a la ausencia de normas. La “normalidad” es evacuada por el dios posmoderno del Mercado.

¿Cuáles son las vitrinas más vistosas, las joyas de la corona de nuestros valores? Las que se declinan en políticas de género y en minorías sexuales. La nación indispensable la envuelve en el celofán de su cultura de masas. Nuestros valores penetran por la mente, por el corazón y por la escotilla de popa. “Mi cuerpo me pertenece” es el enunciado último de la ideología liberal. Nada tiene de extraño, por tanto, que el aborto se imponga como conquista irrenunciable de nuestros valores. Nada tiene de extraño que las celebraciones LGTBIQ+ adquieran un carácter central, sacrosanto, destinado –tarde o temprano– a desplazar a la Navidad. Se trata, al fin y al cabo, de la fiesta neoliberal por excelencia: la de la puesta en escena de “una extroversión sin profundidad, de una especie de ingenuidad publicitaria donde cada cuál deviene el empresario de su propia apariencia” (Jean Baudrillard). [Francois Bousquet, “Une Épidémie de Transgenres”. Éléments pour la civilisation européenne nº 189, abril-mayo 2021] Nuestro Zeitgeist es híbrido y hermafrodita; ésa es la representación estética de nuestra época, la imagen de la repulsa extrema a cualquier idea de límite. Iconos máximos de nuestros valores: el hombre embarazado y la mujer barbuda.»

2 comentários:

  1. A Caminho do Transumanismo -do livro "Acorde" de Fernando Paz --- A Chegada do século XXI trouxe-nos a imposição da chamada ideologia de género,embasamento pseudo-intelectual de toda essa política chamada "ampliação de direitos".Compreender o impacto da ideologia de género é essencial para explicar o futuro projetado pelas elites para o novo mundo. -- Sem a ideologia de género(sem essa negação da essência e da sua deriva degradante da natureza humana),não seria possível a afirmação transumanista,que representa a hibridação entre o homem e a máquina,com uma renúncia inevitavelmente progressiva do primeiro em favor da segunda.Apenas um homem desconstruído pode aceitar o trinfo do ciborgue,onde se encontram os "sonhos" da ideologia de género e da confiança infinita no progresso.

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    1. Só uma sociedade profundamente doente e degenerada aceita a imposição de todo este lixo ideológico sem reagir.

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