Crónicas do Grande Despertar | Crónicas del Gran Despertar

03/10/2023

O problema da Arménia (e 2) | El problema de Armenia (y 2)


«Pashinyan afirma que a Arménia será defendida pelos Estados Unidos e por França, logo agora que acabámos de contemplar a impotência de Paris para defender os seus maiores interesses estratégicos no Níger. Se não é capaz de impor-se na defesa do seu urânio vital em África, como é que a França vai fazer frente aos interesses combinados da Turquia e Azerbaijão? [...] Surpreende e indigna a negação dos arménios à defesa dos seus compatriotas e, também, a sua cegueira.

O Irão faz fronteira com a Arménia e é um país irreconciliável com os azaris; os arménios vão mesmo trocar um aliado fiável pela protecção de um Ocidente muito distante, que é sócio da Turquia na OTAN, que demonstra não ser capaz de se arriscar pela Ucrânia, e que utiliza sempre outros países como peões que mais tarde sacrifica? É estupidez ou traição? Talvez seja ambas. Não é preciso ser um grande diplomata para intuir que a Arménia foi vendida e que, de resto, os arménios se deixaram mercadejar ao desbarato. Lamentarão, sem dúvida, a mudança nas alianças. A geopolítica não tem leis nem fórmulas matemáticas, mas os mapas marcam o destino e as fronteiras das nações, e o único seguro eficaz para a Arménia é a ajuda do Irão e, não menos importante, a da Rússia, à qual insulta e difama. Os deuses cegam aqueles que querem perder.

A Arménia é uma nação indo-europeia e cristã, entalada entre duas potências turânicas e islâmicas em plena expansão. Para cúmulo dos males, os corredores necessários para que o gás e o petróleo do Azerbaijão cheguem à Turquia e à Europa, passam próximo do seu território. Parece inevitável, a continuar o actual regime em Erevan, que as forças russas instaladas na Arménia deixem o país num futuro próximo, o que é muito necessário para a União Europeia executar a sua política de redução da dependência energética da Rússia. Como vemos, Pashinyan foi o homem adequado, o clássico liberal apátrida, para executar uma missão na qual os interesses da Arménia não têm peso.

O que acontece na Arménia em breve se passará numa Europa que não se quer defender, pede a outros que combatam por ela, e é indiferente ao apagamento da sua identidade. Bem pelo contrário, deseja esquecer-se de si própria, gozar um presente efémero e morrer sem dor. [...] E, claro, deixará ruir catedrais e mosteiros (com a colaboração indispensável de Roma, sem dúvida). Stepanakert não fica assim tão longe.»

* * * * *

«Pashinián afirma que Armenia será defendida por los Estados Unidos y Francia, justo cuando acabamos de contemplar la impotencia de París para defender sus intereses estratégicos clave en Níger. Si no es capaz de imponerse para defender su vital uranio en África, ¿qué va a hacer Francia frente a los intereses combinados de Turquía y Azerbaiyán? [...] Sorprende e indigna la negativa de los armenios a defender a sus compatriotas y, también, su ceguera.

Irán hace frontera con Armenia y es un país irreconciliable con los azeríes, ¿de verdad van a renunciar a un aliado fiable por la protección de un Occidente muy lejano, que es socio de Turquía en la OTAN, que está demostrando que no es capaz de jugarse el tipo por Ucrania y que siempre usa a otros países como peones que más tarde sacrifica? ¿Es estupidez o es traición? Puede que las dos cosas. No hace falta ser un diplomático experto para intuir que Armenia ha sido vendida y que, además, los armenios se han dejado mercadear como trasto de almoneda. Sin duda alguna, lamentarán el cambio de alianzas. La geopolítica no tiene leyes ni fórmulas matemáticas, pero los mapas marcan el destino y las fronteras de las naciones, y el único seguro eficaz para Armenia es la ayuda de Irán y, en medida no menor, de una Rusia a la que insulta e infama. Los dioses ciegan a quienes quieren perder.

Armenia es una nación indoeuropea y cristiana que se halla embutida entre dos potencias turanias e islámicas en plena expansión. Para colmo de males, los corredores necesarios para que el gas y el petróleo de Azerbaiyán lleguen a Turquía y a Europa pasan cerca de su territorio. Parece inevitable, si sigue el actual régimen en Yereván, que las fuerzas rusas instaladas permanentemente en Armenia se marchen en un futuro próximo, lo que es muy necesario para que la Unión Europea ejecute su política de desconexión energética con Rusia. Como vemos, Pashinián ha sido el hombre adecuado, el clásico liberal apátrida, para ejecutar una misión en la que los intereses nacionales de Armenia tienen muy poco que ver.

Lo que sucede en Armenia pronto pasará en una Europa que no quiere defenderse, que pide a otros que combatan por ella y que es indiferente al borrado de su identidad. Más bien al contrario, desea olvidarse de sí misma, gozar de un presente efímero y morir sin dolor. [...] Y, por supuesto, dejará que se vengan abajo catedrales y monasterios (con la colaboración indispensable de Roma, sin duda). Stepanakert no nos queda tan lejos.»

Sem comentários:

Enviar um comentário