Crónicas do Grande Despertar | Crónicas del Gran Despertar

04/05/2023

França contra Macron | Francia contra Macron



«A esquerda diz estar em pé de guerra contra a reforma das pensões levada a cabo pelo presidente da República, e grita "Macron demissão". Mas, como esquecer que essa mesma esquerda contribuiu para a sua eleição, duas vezes consecutivas, em 2017 e em 2022? [...]

Refugiado atrás das instituições da V República que, convém recordar, dão preeminência ao executivo e permitem ao presidente da República, inclusivamente, impor uma suspensão excepcional da legalidade (artigo 16), Emmanuel Macron não teme nem a rua nem a impopularidade.
Se faltam munições aos nossos exércitos, esse não é o caso das nossas "forças da ordem", que estarão sempre aí para proteger o poder. E os polícias e guardas suplementares que estão a ser recrutados para os Jogos Olímpicos, não serão depois despedidos, é óbvio que não.
"A república tem sorte, pode fuzilar o povo", disse, desiludido, o rei Luís Filipe no exílio. Apostamos que Emmanuel Macron não duvidará em fazê-lo, se for necessário. Os coletes amarelos que ficaram vesgos, podem testemunhá-lo. [...]

É verdade que a popularidade de Emmanuel Macron e do seu governo não é grande coisa. E, em muitos aspectos, a reforma das pensões foi, para muitos, a iniciativa que ia longe de mais. Mas, o que muda realmente?
Não muito, porque, em qualquer caso, Emmanuel Macron não pode apresentar-se a outro mandato. E tratam-se apenas de sondagens, não de votações. Na Assembleia Nacional sempre se acabará por encontrar uma maioria, graças à esquerda e à "Republique en marche", cujos deputados estarão sempre dispostos a ir comer à gamela.

De qualquer modo, na pós-democracia europeia, a função do Estado já não consiste em responder às necessidades e expectativas dos cidadãos, mas em impor as mudanças desejadas pela oligarquia. A sua função é meramente coerciva.»

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«La izquierda dice estar en pie de guerra contra la reforma de las pensiones emprendida por el presidente de la República, y grita "Macron dimisión". Pero ¿cómo olvidar que esa misma izquierda le hizo salir elegido, dos veces consecutivas, en 2017 y en 2022? [...]

Refugiado tras las instituciones de la V República que, conviene recordar, dan preeminencia al ejecutivo e incluso permiten al presidente de la República imponer una suspensión excepcional de la legalidad (artículo 16), Emmanuel Macron no teme ni a la calle ni a la impopularidad.
Si a nuestros ejércitos les faltan municiones, no es el caso de nuestras "fuerzas del orden", que siempre estarán ahí para proteger al poder. Y los policías y gendarmes suplementarios que se están reclutando para los Juegos Olímpicos no serán despedidos después, desde luego que no.
"La república tiene suerte, puede fusilar al pueblo", dijo desilusionado el rey Luis Felipe en el exilio. Apostemos a que Emmanuel Macron no dudará en hacerlo, si es necesario. Los chalecos amarillos que han quedado tuertos pueden dar fe de ello. [...]

Es cierto que la popularidad de Emmanuel Macron y de su gobierno no es buena. Y en muchos aspectos, la reforma de las pensiones ha sido, para muchos, la iniciativa que iba demasiado lejos. Pero, ¿qué cambia realmente?
No mucho, porque en cualquier caso Emmanuel Macron no puede presentarse a otro mandato. Y se trata tan sólo encuestas, no de votaciones. En la Asamblea Nacional siempre acabará encontrando una mayoría, gracias a la izquierda y a La République en marche, cuyos diputados siempre estarán dispuestos a ir al comedero.

En cualquier caso, en la posdemocracia europea, la función del Estado ya no consiste en responder a las necesidades y expectativas de la población, sino en imponer los cambios que desea la oligarquía. Su función es meramente coercitiva.»

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