Crónicas do Grande Despertar | Crónicas del Gran Despertar

07/04/2023

Guerra de civilizações | Guerra de civilizaciones



«Vejamos agora o conteúdo deste conflito. Podemos considerá-lo um choque de Estados: o Estado-nação russo contra uma coligação de Estados-nação. Mas isso não nos levará à essência do que está a acontecer. Evidentemente, não se trata de uma luta por território, recursos, potencial industrial, centrais hidro-eléctricas, pão, etc. Desta vez, a guerra tem uma dimensão material mínima. É uma guerra do espírito, uma guerra por uma ideia, um verdadeiro choque entre dois mundos, entre duas civilizações. É o choque de civilizações de que falava Samuel Huntington, o politólogo estado-unidense, nos anos noventa.

O Ocidente é uma civilização que pretende ser universal e considera-se sinónimo da modernidade, desenvolvimento e progresso. Esta civilização surgiu na Idade Moderna, na Europa. O seu principal objectivo, como disse o nosso filósofo Vladimir Soloviev, era a ideia do desmembramento, da atomização, onde o privado se converte superior ao todo. No seu coração está o desejo de tudo atomizar, ao indivíduo e a tudo quanto seja passível de divisão. E qualquer totalidade, sejam sociedades tradicionais, pessoas, estado, classe, igreja, etc., todos estão sujeitos à fragmentação, à dissipação.

No século XX, o liberalismo derrotou todas as outras ideologias ocidentais que tentavam manter algum tipo de unidade: a unidade de classe no socialismo, a unidade nacional no fascismo. Ou seja, no próprio Ocidente, a separação completa da unidade orgânica só prevaleceu nos finais do século XX, quando o liberalismo triunfou irreversivelmente. O liberalismo é hoje a principal ideologia do Ocidente. É o seu principal vector. [...]

A civilização ocidental, que alcançou o cume do seu individualismo, já decompôs não só os Estados-nação, a igreja e os estratos sociais, como também destruiu a família ao pretender que o indivíduo pode escolher o próprio sexo. A libertação do indivíduo de toda a forma de identidade colectiva é o sentido e a tese principal do liberalismo. Mas, quando uma pessoa é despojada de toda a forma de identidade colectiva, ou seja, se deixar de ser cidadão da Rússia, por exemplo, e deixar de ser russo, deixar de ser ortodoxo, deixar de ser aristocrata ou camponês, deixar de ser homem ou mulher -- esse indivíduo puro não consegue existir. Converte-se em nada, em zero. Se se eliminar por completo toda a identidade colectiva de uma pessoa, não restará sequer uma pessoa. Desintegrar-se-á em pedaços.

E esta é a próxima e última fase da civilização ocidental, o trans-humanismo: a transferência do poder para a Inteligência Artificial, a chegada dos cyborgs, a engenharia genética, o fim da humanidade. É isto o que pedem os ideólogos liberais como Kurzweil, é disto que falam os tecnocratas ocidentais. Substituir os humanos por outras espécies, quimeras, semi-máquinas, cyborgs, submergir a consciência humana em servidores na nuvem -- bem-vindos à matrix. A isto, chamam os globalistas a "Singularidade". A Matrix não é só ficção-científica, é um modelo ao qual se dirige a civilização ocidental e de onde se tem aproximado.

A civilização que se estabeleceu no Ocidente é um triunfo do liberalismo, da tecnocracia, do fim da História. A globalização é uma estratégia para transformar todos os povos, todas as culturas, todas as civilizações no tecido único de uma sociedade liberal planetária, onde o homem, liberto de todas as identidades colectivas, liberta-se também da última identidade colectiva: a de ser humano. Porque o homem é também uma identidade colectiva.»

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«Veamos ahora el contenido de este conflicto. Podemos considerarlo un choque de Estados: el Estado-nación de Rusia contra una coalición de Estados-nación. Pero eso no nos acercará a la esencia de lo que está ocurriendo. Evidentemente, no se trata de una lucha por el territorio, los recursos, el potencial industrial, las centrales hidroeléctricas, el pan, etc. Esta vez la guerra tiene una dimensión material mínima. Es una guerra del espíritu, una guerra por una idea, un choque en toda regla de dos mundos, dos civilizaciones. Es el choque de civilizaciones del que hablaba Samuel Huntington, el politólogo estadounidense, allá por los años noventa.

Occidente es una civilización que pretende ser universal y se considera sinónimo de modernidad, desarrollo y progreso. Esta civilización surgió en la época moderna, en Europa. Su principal objetivo, como dijo nuestro filósofo Vladimir Soloviev, era la idea del desmembramiento, de la atomización, donde lo privado se convierte en superior al todo. En el corazón de todo está el deseo de llevar todo al átomo, al individuo, a la separatividad. Y cualquier totalidad, sociedades tradicionales, personas, estado, clase, iglesia, etc. - están todos sujetos a la fragmentación, a la disipación.

En el siglo XX, el liberalismo derrotó a todas las demás ideologías occidentales que intentaban mantener algún tipo de unidad: la unidad de clase en el socialismo, la unidad nacional en el fascismo. Es decir, en el propio Occidente, la separación completa de la unidad orgánica - finalmente prevaleció sólo a finales del siglo XX, cuando el liberalismo ganó irreversiblemente. El liberalismo es hoy la principal ideología de Occidente. Es su principal vector. [...]

La civilización occidental, que ha alcanzado la cima de su individualismo, ya ha descompuesto no sólo los Estados-nación, la Iglesia, los estamentos, sino que ha destruido la familia al pretender que el individuo pueda elegir su propio sexo. La liberación del individuo de toda forma de identidad colectiva es el sentido y la tesis principal del liberalismo. Pero en cuanto una persona es despojada de toda forma de identidad colectiva, es decir, deja de ser ciudadano de Rusia, deja de ser ruso, deja de ser ortodoxo, deja de ser aristócrata o campesino, cuando deja de ser hombre o mujer, ese individuo puro no puede existir. Se convierte en nada, en cero. Si se elimina por completo toda identidad colectiva de una persona, ni siquiera será una persona. Se desintegrará en pedazos.

Y esta es la próxima última fase de la civilización occidental, que es el post-humanismo: la transferencia del poder a la Inteligencia Artificial, la llegada de los cyborgs, la ingeniería genética, el fin de la humanidad. Esto es lo que piden ideólogos liberales como Kurzweil, esto es de lo que hablan los tecnócratas occidentales. Sustituir a los humanos por otras especies, quimeras, semimáquinas, cyborgs, sumergir la conciencia humana en servidores en la nube: bienvenidos a la matrix. Esto es lo que los globalistas llaman la Singularidad. Matrix no es sólo ciencia ficción, es un modelo de hacia dónde se dirige la civilización occidental moderna y a lo que ya se ha acercado.

La civilización que se ha establecido en Occidente es un triunfo del liberalismo, de la tecnocracia, del fin de la historia. La globalización es una estrategia para transformar todos los pueblos, todas las culturas, todas las civilizaciones en un tejido único de una sociedad liberal planetaria, donde el hombre, liberado de todas las identidades colectivas, se libera también de la última identidad colectiva: la de ser humano. Porque el hombre es también una identidad colectiva.»

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